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03/03/2004 - 06h59

Suposta prova contra Dirceu "paralisa" Brasília

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ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O mundo político em Brasília praticamente parou, e o mercado financeiro viveu momentos de turbulência ontem diante da expectativa --logo frustrada- de que o senador Almeida Lima (PDT-SE) cumprisse promessa feita publicamente na tarde de segunda: apresentar suposta prova de que o ministro José Dirceu (Casa Civil) teria conhecimento das atividades ilícitas do seu ex-assessor Waldomiro Diniz e que trabalhara para "abafar" o caso.

O documento é um relatório da Polícia Federal, parte de um inquérito no qual a gestão de Waldomiro como presidente da Loterj é investigada. A prova seriam notícias de imprensa reproduzidas no relatório segundo as quais Dirceu teria desencadeado operação abafa para barrar a apuração. Ao final do relatório, de 2001, não há menção a indiciamento.

O principal gesto da operação abafa seria um telefonema de Dirceu ao secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, no qual teria tentado evitar que o inquérito prosseguisse. Garotinho, segundo o senador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), negou ter recebido o telefonema. Após frustração da oposição e alívio de governistas, o mercado reagiu: o dólar fechou em queda e a Bolsa parou de cair como no início do dia.

Na tribuna Lima leu partes do relatório. Recebido com frieza e risadas, elevou o tom da voz e insistiu no ataque. "Pelo relatório da PF, o ministro [Dirceu] disparou sim telefonemas. O delegado incluiu as citações da imprensa porque achou relevante investigar, e isso, parece, não foi feito."

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), foi agressiva. "É deprimente o espetáculo a que esse plenário acaba de assistir. A montanha rugiu, rugiu e nem um rato pariu. Porque dos ratos pelo menos partes são aproveitadas como cobaias." Lima respondeu dizendo que rato refere-se àqueles que não querem estabelecer a investigação. Aloizio Mercadante (PT-SP), líder do governo no Senado, defendeu a honra de Dirceu e disse que as acusações infundadas terão respostas judiciais.

Mais enfático que Mercadante, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) elogiou a probidade de Dirceu e disse que Lima era um homem "digno de pena". Até o líder da bancada de três senadores do PDT, Jefferson Péres (AM), afirmou que Lima criou expectativas, mas depois não as confirmou.
Para o líder do PFL, José Agripino (RN), o anúncio antecipado foi "erro estratégico".
 

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