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04/03/2004 - 12h51

Base vai tentar barrar CPI dos bingos

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RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

A base governista decidiu que vai tentar barrar a CPI dos bingos no Senado, cujo requerimento para instalação foi apresentado nesta quinta-feira pelo líder do PL na Casa, Magno Malta (ES). A decisão foi tomada durante reunião dos líderes aliados com o ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política), ocorrida no final da manhã.

Segundo o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), que participou do encontro, a base tem duas alternativas: não indicar seus representantes e esvaziar a CPI ou recorrer contra a instalação dela, alegando que o requerimento seria inconstitucional.

De acordo com a assessoria de imprensa do Senado, no entanto, se os partidos não indicarem seus representantes, o presidente da Casa, José Sarney, tem a prerrogativa de indicá-los. Neste caso, Sarney ficaria com o ônus de ter "enterrado" a CPI caso resolvesse não indicar.



A base diz que o pedido de CPI é inconstitucional porque não trata de "fato concreto". Para Malta, o "fato concreto" não é necessário.

"O governo não tem que ter medo da CPI. A comissão não vai investigar o governo, mas os bingos. Eu acho que não tem que ter pavor de nada, até porque ninguém acredita mais no José Dirceu do que eu. O Dirceu levou a bola nas costas", disse Malta referindo-se a Waldomiro Diniz.

Segundo ele, se a CPI começar as investigações serão encontrados "Waldomiros" em todos os setores da vida pública.

A CPI tem o objetivo de investigar denúncias de lavagem de dinheiro através de casas de bingo e máquinas caça-níqueis, mas a oposição pretende transferir o foco para o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência Waldomiro Diniz.

Waldomiro foi flagrado cobrando propina de um empresário de loterias em 2002, quando era presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro). O Ministério Público e a Polícia Federal também investigam supostas irregularidades cometidas por ele na relação com os bingos.

Malta afirma não haver incoerência por ser líder do PL, partido da base governista e do vice-presidente da República, José Alencar, e apresentar um pedido de CPI que poderia investigar atos de um ex-assessor do Planalto.

"Incoerência seria trabalhar contra a minha consciência. Eu sou da base do governo, mas não sou subserviente".

Cade

Malta negou que tenha usado como moeda de troca para não apresentar o requerimento da CPI dos bingos o pedido para a anulação do veto do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre a compra da Garoto pela Nestlé, um interesse direto de Estado

Segundo ele, as informações divulgadas hoje são "um monte de bobagens dos jornais".
 

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