Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/03/2004 - 21h10

Stedile defende Dirceu e Palocci

Publicidade

KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Fortaleza

O coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile defendeu o ministro José Dirceu (Casa Civil) no caso que envolve o ex-assessor parlamentar da Presidência Waldomiro Diniz. Para o líder sem-terra, a solução não é "crucificar este ou aquele ministro", mas pressionar o governo pela mobilização da sociedade.

"Achamos [o MST] que esse caso vem sendo supervalorizado pelo monopólio da imprensa, por interesses de luta interna dentro do governo. Alguns setores, que nós não sabemos identificar, decidiram crucificar o ministro José Dirceu, mas nós achamos que a solução não é colocar a culpa neste ou naquele ministro, como não cabe criticar a política econômica botando a culpa no [Antonio] Palocci [ministro da Fazenda]."

"O que nós dizemos é que a sociedade brasileira tem de pressionar o governo, porque todos os governos do mundo só funcionam com a pressão do povo."

Stedile falou em entrevista, após participar de debate sobre alimentos transgênicos, na Assembléia Legislativa do Ceará, hoje.

Stedile afirmou também que os sem-terra vão aumentar a pressão sobre o governo para acelerar a reforma agrária, "inclusive com ocupações e tudo o que tiver direito". Mas, em seguida, em tom de brincadeira, disse que "a lua-de-mel" entre o movimento e o governo "vai gerar um casal de gêmeos".

"Somos amigos do Lula, somos amigos do PT, mas a nossa crítica fundamental é que está faltando ao Brasil um projeto de desenvolvimento. É preciso mudar a política econômica, mas não basta simplesmente, num ato de generosidade, o governo mexer na taxa de juros", disse. "Para a solução, não basta só criticar o governo. A solução é conscientizarmos o povo para criar uma verdadeira campanha no Brasil pelo direito ao trabalho e por mudanças no modelo econômico."

Em sua palestra, Stedile defendeu uma campanha do MST para etiquetar, nas gôndolas de supermercados, produtos que tenham elementos transgênicos, mas que não trazem, nas embalagens, nenhuma informação sobre isso.

Afirmou ser favorável à pesquisa da transgenia no país, mas desde que se limite à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), sem concessões a multinacionais.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página