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08/09/2000
-
02h56
GUILHERME BARROS, da Folha de S.Paulo
O ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira ficou contrariado com o esvaziamento da subcomissão do Senado que investiga o desvio de verbas do TRT-SP.
A Folha apurou que ele disse a amigos que pretendia que a subcomissão fosse até o fim das apurações para provar sua inocência. Eduardo Jorge afirmou a amigos que irá atrás da sua inocência nem que seja por via judicial.
A subcomissão, instalada em 1º de agosto, apurava o suposto envolvimento de EJ no desvio de R$ 169 milhões da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo.
A oposição, que considera a subcomissão inócua e sempre defendeu que a investigação tinha de ser feita por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), deixou a subcomissão anteontem.
Horas depois, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) renunciou à presidência da subcomissão. Calheiros justificou sua decisão como consequência da saída dos partidos de oposição (PT e PDT) da subcomissão, formalizada pela líder do bloco oposicionista, senadora Heloísa Helena (PT-AL).
"Eu não vou presidir uma comissão carimbada de governista. A saída da oposição retira a isenção e a credibilidade das investigações", disse Calheiros.
O presidente e líder do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), não indicará substituto para o cargo. Para ele, não interessa ao PMDB ser responsabilizado por uma operação para salvar o governo.
Segundo Heloísa Helena, a oposição vai continuar insistindo na criação de uma CPI. Já a tarefa de investigar as outras suspeitas contra EJ, como a de que ele tenha utilizado sua influência no governo FHC para beneficiar interesses de empresas, já havia sido transferida da subcomissão para a Comissão de Fiscalização e Controle.
Há pelo menos dez possibilidades de EJ tentar provar sua inocência na Justiça. Uma das formas, por exemplo, seria entrar com um requerimento para saber se seu nome consta da lista dos 500 destinatários finais do dinheiro desviado da obra do TRT-SP.
De acordo com amigos ligados a Eduardo Jorge, o Banco Central termina na próxima semana o rastreamento desses recursos.
O BC analisou 500 contas e não teria encontrado nada contra EJ. Foi o que disseram senadores que participaram de um encontro fechado com o funcionário do BC Paulo Sérgio Cavalheiro na última terça, dia em que o servidor depôs na subcomissão. Daí advém o interesse de EJ em requerer na Justiça o resultado do rastreamento.
Outra alternativa seria entrar com uma ação de perdas e danos contra o procurador da República do Distrito Federal Luiz Francisco de Souza. Nesse caso, Luiz Francisco teria que apresentar provas de todas as acusações contra EJ.
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"Implosão" de subcomissão frustra ex-assessor de FHC
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O ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira ficou contrariado com o esvaziamento da subcomissão do Senado que investiga o desvio de verbas do TRT-SP.
A Folha apurou que ele disse a amigos que pretendia que a subcomissão fosse até o fim das apurações para provar sua inocência. Eduardo Jorge afirmou a amigos que irá atrás da sua inocência nem que seja por via judicial.
A subcomissão, instalada em 1º de agosto, apurava o suposto envolvimento de EJ no desvio de R$ 169 milhões da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo.
A oposição, que considera a subcomissão inócua e sempre defendeu que a investigação tinha de ser feita por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), deixou a subcomissão anteontem.
Horas depois, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) renunciou à presidência da subcomissão. Calheiros justificou sua decisão como consequência da saída dos partidos de oposição (PT e PDT) da subcomissão, formalizada pela líder do bloco oposicionista, senadora Heloísa Helena (PT-AL).
"Eu não vou presidir uma comissão carimbada de governista. A saída da oposição retira a isenção e a credibilidade das investigações", disse Calheiros.
O presidente e líder do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), não indicará substituto para o cargo. Para ele, não interessa ao PMDB ser responsabilizado por uma operação para salvar o governo.
Segundo Heloísa Helena, a oposição vai continuar insistindo na criação de uma CPI. Já a tarefa de investigar as outras suspeitas contra EJ, como a de que ele tenha utilizado sua influência no governo FHC para beneficiar interesses de empresas, já havia sido transferida da subcomissão para a Comissão de Fiscalização e Controle.
Há pelo menos dez possibilidades de EJ tentar provar sua inocência na Justiça. Uma das formas, por exemplo, seria entrar com um requerimento para saber se seu nome consta da lista dos 500 destinatários finais do dinheiro desviado da obra do TRT-SP.
De acordo com amigos ligados a Eduardo Jorge, o Banco Central termina na próxima semana o rastreamento desses recursos.
O BC analisou 500 contas e não teria encontrado nada contra EJ. Foi o que disseram senadores que participaram de um encontro fechado com o funcionário do BC Paulo Sérgio Cavalheiro na última terça, dia em que o servidor depôs na subcomissão. Daí advém o interesse de EJ em requerer na Justiça o resultado do rastreamento.
Outra alternativa seria entrar com uma ação de perdas e danos contra o procurador da República do Distrito Federal Luiz Francisco de Souza. Nesse caso, Luiz Francisco teria que apresentar provas de todas as acusações contra EJ.
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