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15/03/2004
-
08h07
da Folha de S.Paulo
O ex-secretário de Governo de Ribeirão Preto Rogério Tadeu Buratti, 41, foi demitido pelo então prefeito Antonio Palocci Filho em outubro de 1994. Buratti tinha colocado o cargo à disposição depois que seu nome foi envolvido em um suposto esquema de distribuição prévia de obras públicas para empreiteiras.
Na época, foi divulgada uma fita cassete que continha a gravação de uma conversa entre Buratti e o engenheiro comercial Antônio Almeida Neto, que representava a construtora Almeida & Filhos, empresa de Volta Redonda (RJ). A fita foi gravada no dia 11 de agosto pelo próprio Buratti.
Durante a conversa, ele garantia à empreiteira a execução de quatro obras -a lei 8.666/93 prevê que toda obra pública deve passar pelo processo de concorrência.
O ex-secretário explicou assim a gravação da fita: "Reconheço que errei no momento em que gravei a fita. Devo desculpas públicas à empresa Almeida & Filhos. Gravei por excesso de zelo e querendo me prevenir contra eventuais problemas futuros. Nada do que digo na fita correspondeu à verdade", disse, na época, Buratti. Ele afirmou ainda que a fita tinha sido furtada de seu gabinete e que nunca tinha pedido ou oferecido privilégios a qualquer empresa. Segundo ele, "as licitações do governo de Palocci [1993-1996] eram transparentes".
Buratti, que era considerado o homem forte da administração de Palocci, pediu para deixar o cargo depois de sofrer pressões dos membros do PT em Ribeirão.
Ele foi substituído pelo então superintendente do Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto), Donizetti Rosa, atual secretário de Governo da administração de Gilberto Maggioni (PT), em Ribeirão.
Foram instauradas uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pela Câmara Municipal, uma sindicância interna pela administração e um inquérito pelo Ministério Público. O caso também foi apurado pelo Tribunal de Contas do Estado, mas nada foi provado contra Buratti.
Depois de deixar a prefeitura, Buratti, que é advogado, afastou-se da política. Trabalhou na empresa Assessorarte, da qual foi sócio-proprietário até 1999, e depois passou a trabalhar exclusivamente para a Leão Leão. Hoje é vice-presidente executivo da Leão Ambiental, uma das três empresas da holding. A Leão Leão foi a maior financiadora da segunda campanha de Palocci à prefeitura local.
Para o líder do PT na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, José Alfredo Carvalho, Buratti deveria processar os diretores da GTech. Carvalho, que é amigo de Buratti, disse que se trata de uma "conspiração política" querendo envolver o nome de Palocci.
Acusado negociou obra com empresa
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O ex-secretário de Governo de Ribeirão Preto Rogério Tadeu Buratti, 41, foi demitido pelo então prefeito Antonio Palocci Filho em outubro de 1994. Buratti tinha colocado o cargo à disposição depois que seu nome foi envolvido em um suposto esquema de distribuição prévia de obras públicas para empreiteiras.
Na época, foi divulgada uma fita cassete que continha a gravação de uma conversa entre Buratti e o engenheiro comercial Antônio Almeida Neto, que representava a construtora Almeida & Filhos, empresa de Volta Redonda (RJ). A fita foi gravada no dia 11 de agosto pelo próprio Buratti.
Durante a conversa, ele garantia à empreiteira a execução de quatro obras -a lei 8.666/93 prevê que toda obra pública deve passar pelo processo de concorrência.
O ex-secretário explicou assim a gravação da fita: "Reconheço que errei no momento em que gravei a fita. Devo desculpas públicas à empresa Almeida & Filhos. Gravei por excesso de zelo e querendo me prevenir contra eventuais problemas futuros. Nada do que digo na fita correspondeu à verdade", disse, na época, Buratti. Ele afirmou ainda que a fita tinha sido furtada de seu gabinete e que nunca tinha pedido ou oferecido privilégios a qualquer empresa. Segundo ele, "as licitações do governo de Palocci [1993-1996] eram transparentes".
Buratti, que era considerado o homem forte da administração de Palocci, pediu para deixar o cargo depois de sofrer pressões dos membros do PT em Ribeirão.
Ele foi substituído pelo então superintendente do Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto), Donizetti Rosa, atual secretário de Governo da administração de Gilberto Maggioni (PT), em Ribeirão.
Foram instauradas uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pela Câmara Municipal, uma sindicância interna pela administração e um inquérito pelo Ministério Público. O caso também foi apurado pelo Tribunal de Contas do Estado, mas nada foi provado contra Buratti.
Depois de deixar a prefeitura, Buratti, que é advogado, afastou-se da política. Trabalhou na empresa Assessorarte, da qual foi sócio-proprietário até 1999, e depois passou a trabalhar exclusivamente para a Leão Leão. Hoje é vice-presidente executivo da Leão Ambiental, uma das três empresas da holding. A Leão Leão foi a maior financiadora da segunda campanha de Palocci à prefeitura local.
Para o líder do PT na Câmara Municipal de Ribeirão Preto, José Alfredo Carvalho, Buratti deveria processar os diretores da GTech. Carvalho, que é amigo de Buratti, disse que se trata de uma "conspiração política" querendo envolver o nome de Palocci.
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