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15/03/2004 - 08h19

Cachoeira diz que Waldomiro usou Planalto

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ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Em novo depoimento ao Ministério Público Federal, o empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, disse que o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência Waldomiro Diniz usou telefone do Palácio do Planalto, onde trabalhava, para convidar a GTech a participar de reunião. Tal iniciativa não fazia parte das atribuições funcionais do ex-assessor.

O encontro de fato aconteceu. Em 6 de janeiro de 2003, cinco dias depois de ser oficialmente nomeado para integrar o governo petista, Waldomiro se reuniu, no hotel Blue Tree Tower, em Brasília, com Cachoeira e os executivos da GTech Antonio Carlos Rocha e Marcelo Rovai, respectivamente presidente e diretor de marketing da empresa à época.

Segundo o depoimento de Cachoeira, Rocha teria lhe contado que "no início de janeiro de 2003" recebeu "quatro ligações telefônicas de Waldomiro Diniz, da Casa Civil, nas quais o mesmo o chamava para reunião em Brasília".

Na ocasião, conforme o depoimento do empresário de jogos, realizado no dia 9 de março, os temas foram o mercado lotérico brasileiro e "os problemas enfrentados na negociação [da GTech] com a Caixa Econômica Federal".

Em meio à conversa, afirma Cachoeira, Waldomiro ostentava o cargo, apesar de não se tratar de uma reunião oficial. Ainda segundo o empresário de jogos, o ex-assessor palaciano teria dito que, por "sua experiência na Loterj" -ele presidiu a loteria do Rio de Janeiro em 2002-, "buscava informações sobre o andamento do sistema lotérico no Brasil".

Waldomiro se reuniu com os executivos da GTech também em 31 de março do ano passado. No dia 8 de abril, o contrato da empresa com a Caixa, no valor de R$ 650 milhões, foi prorrogado por 25 meses, mediante a concessão de 15% de abatimento.

Na última sexta-feira, em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público, o diretor de marketing da GTech do Brasil, Marcelo Rovai, e o ex-presidente da empresa no país Antonio Carlos Lino Rocha afirmaram que, no encontro realizado em 31 de março, Waldomiro teria dito que eles seriam procurados por uma pessoa que deveria ser contratada como consultora pela GTech.

A renovação do contrato da empresa com a Caixa estaria condicionada à contratação do consultor, que seria, segundo o depoimento dos executivos, Rogério Tadeu Buratti, ex-secretário de Governo de Ribeirão Preto (SP) na primeira gestão do ministro Antonio Palocci (Fazenda) como prefeito da cidade, de 1993 a 1996.

Buratti chegou a se reunir com representantes da GTech em Brasília. Segundo os depoimentos dos executivos da empresa, ele teria pedido um contrato de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões. Depois de algumas negociações, o valor final acertado teria sido de R$ 6 milhões, mas que acabou não sendo pago. Buratti confirma ter se encontrado com representantes da GTech, mas nega ter feito qualquer negociação, inclusive de ter tratado de valores. Diz, inclusive, não conhecer Waldomiro.
 

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