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08/09/2000 - 03h23

PF apreende cartazes atribuídos ao PC do B, em Fortaleza

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KAMILA FERNANDES, da Agência Folha,
em Fortaleza

O "vale-tudo" da campanha eleitoral em Fortaleza ganhou mais um capítulo: a Polícia Federal apreendeu anteontem à noite cerca de 100 mil cartazes atribuídos à campanha de Inácio Arruda (PC do B).

Nos panfletos, a seguinte mensagem: "Vitória do comunismo: Inácio prefeito. Companheiros, a vitória está cada vez mais próxima, vamos voltar ao poder e fazer greves para conquistar os nossos direitos".

O dono da Tipografia Progresso, onde os panfletos foram impressos, Luiz Esteves Neto, é ex-presidente da Fiec (Federação das Indústrias do Estado do Ceará) e tradicionalmente trabalha para o PSDB e o PPS.

Preso em flagrante após denúncia anônima, ele não soube dizer, em seu depoimento, quem seria o responsável pela encomenda. Apenas afirmou que seria um homem chamado Paulo e que o pagamento seria feito hoje.

Esteves pagou uma fiança de R$ 270 e foi liberado na madrugada de ontem. Ele foi indiciado por desrespeitar o artigo 325 do Código Eleitoral, que proíbe a difamação de uma pessoa por meio de propaganda eleitoral. O crime prevê pena de três meses a um ano de reclusão.

No programa eleitoral de ontem, na TV e no rádio, Inácio já usou a apreensão para afirmar que vem sendo perseguido pelos seus opositores só porque está crescendo nas pesquisas.

Em curva ascendente, ele ultrapassou (ainda que dentro da margem de erro) a candidata Patrícia Gomes (PPS) na pesquisa Datafolha desta semana. Tem 24% contra 20% da ex-mulher de Ciro Gomes, mas a margem de erro é de quatro pontos.

A apreensão gerou todo tipo de boataria política -de envolvimento do próprio Inácio a manipulações da campanha de Moroni Torgan (PFL) ou de Patrícia. Nada está comprovado.

A ex-mulher de Ciro Gomes caiu nove pontos percentuais em menos de duas
semanas, de acordo com pesquisa do Datafolha. O primeiro colocado é o atual prefeito Juraci Magalhães (PMDB), com 33% das intenções de voto.

Patrícia também diz estar sendo atacada pelos adversários, por meio de boatos espalhados na periferia e de pichações em seu material publicitário.

Contra ela, há ataques pessoais nas ruas: cartazes de campanha com pichações como "nem o Ciro aguentou".

Segundo Patrícia, porém, o mais grave é a onda de boatos de que ela iria fechar os terminais de ônibus, privatizar o hospital público e causar mais desemprego. "Isso é cruel demais com as pessoas mais humildes", disse.

Tem havido constante troca de acusações pela TV. A propaganda de Inácio Arruda veicula que a candidata, quando deputada estadual, votou a favor da extinção da Cohab, o que teria causado desemprego.

Ao responder ao ataque, a propaganda de Patrícia informou que a mulher que denunciou este fato na TV, uma ex-funcionária da Cohab, não havia sido demitida. Ela entrou no programa de demissão voluntária e recebeu uma indenização por isso. Patrícia ainda acusou o grupo de Inácio de estar agindo a favor da candidatura de Juraci. Inácio, então, perguntou se Patrícia preferia que a funcionária não tivesse recebido os benefícios garantidos por lei.

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