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25/03/2004 - 05h25

Por precaução, Planalto cogita afastar vice-presidente da Caixa

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ANDRÉA MICHAEL
KENNEDY ALENCAR

da Folha de S.Paulo, em Brasília

Para se proteger de novos escândalos que dêem sobrevida ao caso Waldomiro, o governo está disposto a afastar do cargo o vice-presidente de Logística da Caixa Econômica Federal, Paulo Bretas.

Bretas foi o principal negociador da renovação, por 25 meses e a um custo de R$ 650 milhões, do contrato do banco com a GTech para a gestão e operação do sistema de loterias do país.

O negócio está sendo investigado pelo Ministério Público Federal em procedimento cujo foco é a atuação da atual diretoria da Caixa e de três personagens: o ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz, o empresário de jogos Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o consultor Rogério Buratti.

A diretoria da Caixa tenta manter uma postura orgânica, de atuação em equipe, diante da possibilidade de o governo levar adiante sua estratégia de demitir para evitar problemas futuros.

Essa, aliás, é a recomendação à investigação conduzida pela PF para apurar eventuais ilícitos praticados por Waldomiro: alertar para qualquer evidência de algo que possa vir a se transformar em crise, surpreendendo o governo.

Em depoimento à Polícia Federal, os executivos Antonio Carlos Lino da Rocha e Marcelo Rovai, respectivamente ex-presidente e diretor de marketing da GTech, disseram que Bretas telefonou para Rovai em 30 de março de 2003.

Na ligação, conforme o depoimento de Rocha, Bretas disse que "havia um problema, sem especificá-lo, para a assinatura do contrato, mas que o doutor Enrico Gianelli [advogado da GTech] teria conhecimento do mesmo".

Consultado pelos executivos, o advogado teria informado que seria necessário contratar os serviços do consultor Buratti para que fosse selada a renovação do negócio com a Caixa. Essa condição teria sido posta por Waldomiro Diniz em conversa com os executivos. A renovação aconteceu no dia 8 de abril de 2003, mas a GTech nega ter assinado qualquer contrato com Buratti.

À PF, Bretas disse que as pendências a que se referiu eram burocráticas e que só conheceu Buratti em setembro de 2003.

Buratti foi secretário de Governo de Ribeirão Preto em 1994, quando o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) era prefeito.

A vice-presidência de Logística é uma das mais importantes entre as nove que a Caixa possui. O governo chegou a acenar com a possibilidade de dividi-la em duas, dando uma ao PL. Com a crise gerada pelo caso Waldomiro, o fracionamento pode ser acelerado.
 

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