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29/03/2004
-
04h36
da Folha de S. Paulo
Depois das acusações de paralisia por causa do caso Waldomiro Diniz e da onda de invasões deflagrada ontem pelo MST, o governo enfrentará descontentamentos em vários setores do funcionalismo público, que prometem paralisações para abril, a exemplo da greve na Polícia Federal desde 9 de março.
Para tentar contornar uma onda de greve que paralise serviços e atinja ainda mais a imagem do governo, o ministro Guido Mantega (Planejamento) apresentará proposta formal de aumento à categoria. Aos grevistas da PF, o governo entregará proposta hoje.
Os servidores pedem reajuste linear de 127% como reposição de perdas salariais dos últimos nove anos. O governo não aceita o aumento linear e sinalizou com reajustes diferenciados por categoria e abonos. Os próprios servidores irão negociar separadamente.
O Orçamento deste ano reserva R$ 1,5 bilhão para o reajuste anual do funcionalismo, cifra insuficiente para atender aos pedidos. Só o pleito da PF representa impacto anual de R$ 600 milhões.
Braço sindical do PT, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) vem intermediando o diálogo de servidores e governo. Segundo o presidente da central, Luiz Marinho, há "disposição" para elevar a previsão orçamentária.
"Há disposição por parte do governo de elevar os recursos para garantir um entendimento com o funcionalismo", disse Marinho.
Caso a proposta do Planejamento não seja aceita pelos servidores, Marinho afirma que a central deve apoiar a greve.
"A decisão de entrar ou não em greve pertence às entidades, e a CUT vai apoiá-las ou na busca do entendimento ou na greve", disse.
Eleitorado tradicional do PT, o funcionalismo promoveu no ano passado a primeira paralisação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Protestavam contra a reforma da Previdência, que, segundo os grevistas, eliminava benefícios históricos, como o direito à aposentadoria pelo salário integral.
Para Gilberto Gomes, secretário da Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal), é preciso plano de carreiras.
"Se quer melhorar o serviço público, precisa de uma estrutura melhor, de um plano de carreiras para os servidores."
Além de reestruturação de cargos, o movimento insiste nos pedidos de investimento para melhoria do serviço público. Seguindo esta linha, os técnicos da Receita Federal prometem parar a partir de quinta por "investimentos emergenciais".
Servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária também pedem mais investimentos e organizam greve. Parados desde o dia 15, os advogados da Advocacia Geral da União propõem que o governo destine uma parte do que é ganho por eles em ações na Justiça.
Governo tenta contornar ameaça de greve do funcionalismo
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Depois das acusações de paralisia por causa do caso Waldomiro Diniz e da onda de invasões deflagrada ontem pelo MST, o governo enfrentará descontentamentos em vários setores do funcionalismo público, que prometem paralisações para abril, a exemplo da greve na Polícia Federal desde 9 de março.
Para tentar contornar uma onda de greve que paralise serviços e atinja ainda mais a imagem do governo, o ministro Guido Mantega (Planejamento) apresentará proposta formal de aumento à categoria. Aos grevistas da PF, o governo entregará proposta hoje.
Os servidores pedem reajuste linear de 127% como reposição de perdas salariais dos últimos nove anos. O governo não aceita o aumento linear e sinalizou com reajustes diferenciados por categoria e abonos. Os próprios servidores irão negociar separadamente.
O Orçamento deste ano reserva R$ 1,5 bilhão para o reajuste anual do funcionalismo, cifra insuficiente para atender aos pedidos. Só o pleito da PF representa impacto anual de R$ 600 milhões.
Braço sindical do PT, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) vem intermediando o diálogo de servidores e governo. Segundo o presidente da central, Luiz Marinho, há "disposição" para elevar a previsão orçamentária.
"Há disposição por parte do governo de elevar os recursos para garantir um entendimento com o funcionalismo", disse Marinho.
Caso a proposta do Planejamento não seja aceita pelos servidores, Marinho afirma que a central deve apoiar a greve.
"A decisão de entrar ou não em greve pertence às entidades, e a CUT vai apoiá-las ou na busca do entendimento ou na greve", disse.
Eleitorado tradicional do PT, o funcionalismo promoveu no ano passado a primeira paralisação no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Protestavam contra a reforma da Previdência, que, segundo os grevistas, eliminava benefícios históricos, como o direito à aposentadoria pelo salário integral.
Para Gilberto Gomes, secretário da Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Serviço Público Federal), é preciso plano de carreiras.
"Se quer melhorar o serviço público, precisa de uma estrutura melhor, de um plano de carreiras para os servidores."
Além de reestruturação de cargos, o movimento insiste nos pedidos de investimento para melhoria do serviço público. Seguindo esta linha, os técnicos da Receita Federal prometem parar a partir de quinta por "investimentos emergenciais".
Servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária também pedem mais investimentos e organizam greve. Parados desde o dia 15, os advogados da Advocacia Geral da União propõem que o governo destine uma parte do que é ganho por eles em ações na Justiça.
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