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07/04/2004 - 06h15

Máquina pode produzir urânio para bomba

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CHICO SANTOS
do enviado especial da Folha de S.Paulo a Resende (RJ)

As máquinas de ultracentrifugação da fábrica de enriquecimento de urânio da estatal INB (Indústrias Nucleares do Brasil), em Resende (160 km do Rio), podem servir tanto para enriquecer urânio para fins pacíficos como para fazer uma bomba atômica. O equipamento foi desenvolvido e é fabricado pela Marinha e pelo Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas de São Paulo).

"A máquina é a mesma, o que muda é o processo", disse Carlos Passos Bezerril, diretor de Enriquecimento da INB, ontem, durante visita de jornalistas à fábrica. Segundo Bezerril, para fazer urânio para bombas são necessárias mais máquinas, agrupadas em seqüência (o produto cada vez mais enriquecido vai passando de uma centrífuga para outra).

É preciso também que elas girem em muito maior velocidade que a necessária para o enriquecimento do produto para fins pacíficos. Essa velocidade alta, segundo o executivo, só pode ser conseguida com um material de alta qualidade. O INB não informou se a qualidade do seu material --um dos segredos guardados pelo governo brasileiro-- permite atingir tal velocidade.

Bezerril e o diretor de Produção de Combustível da INB, Samuel Fayade, afirmaram que não há risco de a empresa mudar clandestinamente a produção de urânio enriquecido para geração de energia elétrica (teor máximo de 5% de urânio-235) e fabricar urânio para uma bomba (teor de 95%). Segundo Bezerril, a licença da fábrica brasileira permite o enriquecimento a até 4,99%.

Quando a fábrica começar a produzir, o que está previsto para outubro deste ano, as agências de inspeção deverão ter câmaras e detectores de teor de urânio em pontos estratégicos do processo produtivo.

Os inspetores podem chegar a até 20 centímetros das máquinas, o que significa estarem diante dos tapumes que cobrem os equipamentos.
 

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