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08/04/2004
-
05h49
da Folha de S.Paulo, no Rio
A INB (Indústrias Nucleares Brasileiras), empresa estatal que pretende produzir urânio enriquecido em escala industrial a partir de outubro deste ano, afirma que, pela proposta brasileira, não há como ser feita qualquer mudança no objeto da produção sem que isso seja imediatamente percebido pelas agências de inspeção, como a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
"Há uma parte [da fábrica] que alimenta e uma parte que capta o urânio enriquecido. Essas partes são totalmente controladas pelas agências", disse o diretor de Enriquecimento da INB, Carlos Passos Bezerril, durante visita de jornalistas às instalações da empresa em Resende (RJ), anteontem.
Bezerril disse que já está acertado que a AIEA terá câmaras de filmagens e detectores de teor de enriquecimento em pontos estratégicos do processo produtivo. O teor de enriquecimento do urânio brasileiro não poderá passar de 5%.
As câmaras e detetores serão lacrados pela AIEA, segundo o executivo. Assim, embora as máquinas de ultracentrifugação brasileiras sejam, em tese, as mesmas que seriam usadas para enriquecer urânio com fins militares (para fazer uma bomba atômica o teor precisa ser de pelo menos 95%), não haveria como alterar o processo produtivo sem conhecimento imediato das agências.
Além disso, para a produção de urânio enriquecido a 95% são necessárias mais máquinas e uma configuração diferente no arranjo da fábrica. As mudanças exigiriam um grande aumento de espaço, impossível de ser feito sem ser percebido.
Agência notaria mudanças em fábrica, diz INB
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A INB (Indústrias Nucleares Brasileiras), empresa estatal que pretende produzir urânio enriquecido em escala industrial a partir de outubro deste ano, afirma que, pela proposta brasileira, não há como ser feita qualquer mudança no objeto da produção sem que isso seja imediatamente percebido pelas agências de inspeção, como a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
"Há uma parte [da fábrica] que alimenta e uma parte que capta o urânio enriquecido. Essas partes são totalmente controladas pelas agências", disse o diretor de Enriquecimento da INB, Carlos Passos Bezerril, durante visita de jornalistas às instalações da empresa em Resende (RJ), anteontem.
Bezerril disse que já está acertado que a AIEA terá câmaras de filmagens e detectores de teor de enriquecimento em pontos estratégicos do processo produtivo. O teor de enriquecimento do urânio brasileiro não poderá passar de 5%.
As câmaras e detetores serão lacrados pela AIEA, segundo o executivo. Assim, embora as máquinas de ultracentrifugação brasileiras sejam, em tese, as mesmas que seriam usadas para enriquecer urânio com fins militares (para fazer uma bomba atômica o teor precisa ser de pelo menos 95%), não haveria como alterar o processo produtivo sem conhecimento imediato das agências.
Além disso, para a produção de urânio enriquecido a 95% são necessárias mais máquinas e uma configuração diferente no arranjo da fábrica. As mudanças exigiriam um grande aumento de espaço, impossível de ser feito sem ser percebido.
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