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09/04/2004
-
07h22
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande
Desde agosto do ano passado, os índios da etnia cinta-larga reativaram o garimpo de diamantes localizado numa região chamada Baixão do Laje, dentro da terra indígena Parque Aripuanã, em Pimenta Bueno (a 700 km de Porto Velho), Rondônia.
Em dezembro passado, a Agência Folha foi a primeira equipe de reportagem a receber permissão dos líderes do cinta-larga para entrar no garimpo.
Os caciques João Bravo e Nacoça Piu e o gerente do garimpo Pandere Cinta-Larga disseram que apenas índios exploram diamantes e que a entrada de "brancos" é proibida.
A extração do diamante ocorre a 36 km da aldeia Roosevelt. Os índios usam camionetes Toyota Hilux e Bandeirantes, com tração nas quatro rodas, para vencer o atoleiro na estrada.
O local do suposto confronto ocorrido anteontem entre índios e garimpeiros está a poucos quilômetros do garimpo dos índios.
É uma clareira na mata onde ainda podem ser vistos restos dos acampamentos usados na época em que garimpeiros brancos dominavam a extração. Em janeiro de 2003, a Funai e a Polícia Federal retiraram cerca de 5.000 garimpeiros da área. Desde 1999, eles tinham permissão dos índios para explorar os diamantes.
Os garimpeiros voltaram para as cidades de Pimenta Bueno, Cacoal e Espigão d'Oeste, vizinhos à reserva dos cinta-larga.
Os índios aproveitaram os 25 motores deixados pelos garimpeiros. Essas máquinas são usadas para lançar água em buracos (três metros de profundidade) e sugar o cascalho no meio do qual estão as pedras preciosas.
Sem trabalho, parte dos garimpeiros passou a invadir a terra indígena "varando a mata".
Os cinta-larga afirmam que ativaram o garimpo para sustentar as aldeias na falta de recursos da Funai e pedem que o governo federal legalize a extração dos diamantes. Pretendem deixar de vender as pedras para contrabandistas e passar a vendê-las para a Caixa Econômica Federal.
Garimpo em terra indígena é ilegal porque a Constituição Federal determina que a mineração depende de lei ainda a ser aprovada no Congresso Nacional.
Conflitos entre os cinta-larga e brancos existem desde os anos 60. Em 1963, uma aldeia inteira em Mato Grosso foi destruída por garimpeiros e seringueiros.
Garimpo foi reativado por índios em 2003
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da Agência Folha, em Campo Grande
Desde agosto do ano passado, os índios da etnia cinta-larga reativaram o garimpo de diamantes localizado numa região chamada Baixão do Laje, dentro da terra indígena Parque Aripuanã, em Pimenta Bueno (a 700 km de Porto Velho), Rondônia.
Em dezembro passado, a Agência Folha foi a primeira equipe de reportagem a receber permissão dos líderes do cinta-larga para entrar no garimpo.
Os caciques João Bravo e Nacoça Piu e o gerente do garimpo Pandere Cinta-Larga disseram que apenas índios exploram diamantes e que a entrada de "brancos" é proibida.
A extração do diamante ocorre a 36 km da aldeia Roosevelt. Os índios usam camionetes Toyota Hilux e Bandeirantes, com tração nas quatro rodas, para vencer o atoleiro na estrada.
O local do suposto confronto ocorrido anteontem entre índios e garimpeiros está a poucos quilômetros do garimpo dos índios.
É uma clareira na mata onde ainda podem ser vistos restos dos acampamentos usados na época em que garimpeiros brancos dominavam a extração. Em janeiro de 2003, a Funai e a Polícia Federal retiraram cerca de 5.000 garimpeiros da área. Desde 1999, eles tinham permissão dos índios para explorar os diamantes.
Os garimpeiros voltaram para as cidades de Pimenta Bueno, Cacoal e Espigão d'Oeste, vizinhos à reserva dos cinta-larga.
Os índios aproveitaram os 25 motores deixados pelos garimpeiros. Essas máquinas são usadas para lançar água em buracos (três metros de profundidade) e sugar o cascalho no meio do qual estão as pedras preciosas.
Sem trabalho, parte dos garimpeiros passou a invadir a terra indígena "varando a mata".
Os cinta-larga afirmam que ativaram o garimpo para sustentar as aldeias na falta de recursos da Funai e pedem que o governo federal legalize a extração dos diamantes. Pretendem deixar de vender as pedras para contrabandistas e passar a vendê-las para a Caixa Econômica Federal.
Garimpo em terra indígena é ilegal porque a Constituição Federal determina que a mineração depende de lei ainda a ser aprovada no Congresso Nacional.
Conflitos entre os cinta-larga e brancos existem desde os anos 60. Em 1963, uma aldeia inteira em Mato Grosso foi destruída por garimpeiros e seringueiros.
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