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12/04/2004 - 07h38

Base de Lula disputará prefeituras dividida

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PLÍNIO FRAGA
da Folha de S.Paulo

A base de sustentação do governo Luiz Inácio Lula da Silva disputará as eleições municipais de outubro dividida. No Congresso, a base é formada por PT, PMDB, PTB, PL, PCdoB, PSB, PPS e PP. Mas os aliados de Lula são mais concorrentes do que parceiros na disputa das prefeituras.

Um levantamento do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do PT, obtido pela Folha, detalha as negociações partidárias para montar alianças nos 93 municípios com mais de 150 mil eleitores.

Das 26 prefeituras de capitais em disputa, o PMDB, maior partido aliado ao PT, só tem possibilidade de apoiar os petistas em 13. Em sete delas, o partido já tem candidato próprio lançado. O PT considera bem encaminhadas as conversações com peemedebistas em Belo Horizonte, Curitiba, João Pessoa, Aracaju e Maceió.

Os problemas entre os dois partidos começam por São Paulo. Sem indicar o vice na chapa à reeleição da prefeita Marta Suplicy, o presidente estadual do PMDB, Orestes Quércia, quer lançar a candidatura de Michel Temer e admite até apoiar o PSDB ou o PDT na disputa.

"O acordo em São Paulo seria simbólico e poderia aproximar PT e PMDB nas demais capitais", admite Silvio Pereira, secretário de Organização petista e coordenador nacional do GTE.

A direção municipal do PMDB aceita se aliar ao PT apenas na eleição para vereadores, mas Quércia resiste até a esse acordo parcial.

Outra capital problemática é Belém. A senadora Ana Júlia é a candidata do atual prefeito, o petista Edmilson Rodrigues. A principal força de oposição é o PSDB do governador Simão Jatene, que lançará Almir Gabriel como candidato. O fiel da balança na disputa é o deputado federal Jader Barbalho, que já disse ao PT que não apoiará o partido.

PL e PTB

Aliado desde o primeiro turno da eleição presidencial de 2002 e partido do vice-presidente José Alencar, o PL se distancia do PT. Seu presidente, deputado Valdemar Costa Neto, já constrangeu Lula ao pedir publicamente as demissões do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Em 13 capitais, o PL está contra o PT, sendo cinco delas com candidatos próprios e em oito apoiando adversários petistas. "Isso vai estremecer a relação dos dois partidos. É estranho esse comportamento. Parece que não está ocorrendo um empenho da direção do partido", afirma Silvio Pereira, referindo-se ao PL.

O PTB, que indicou o ministro Walfrido Mares Guia para a pasta do Turismo, deve estar contra o PT em 19 capitais, sendo que em quatro delas --Vitória, Belém, João Pessoa e Goiânia-- é aliado do PSDB, principal força de oposição a Lula.

As chances de aliança entre PT e PTB estão em Salvador, Rio, Aracaju, Manaus, Teresina e Curitiba. No Rio, os petebistas conversam com o PT, que lançará o deputado Jorge Bittar, mas estão mais próximos do apoio à tentativa de reeleição de Cesar Maia (PFL) -o PTB participa da administração.

Em Salvador, o pré-candidato petista Nelson Pellegrino pode se aliar a Benito Gama, principal liderança do PTB, antigo aliado e hoje desafeto do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL).

Os petebistas vão apoiar a tentativa de reeleição do prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT).

Partido de Ciro

O PPS do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, deve enfrentar o PT em ao menos 16 capitais, sendo que em João Pessoa aprovou apoio ao PSDB.

Em Belo Horizonte, Belém e Salvador, caminha para apoiar candidatos petistas, e há possibilidade de acordos em Maceió e Curitiba. Em São Paulo, tem João Hermann como pré-candidato, mas pode vir a apoiar um tucano contra Marta Suplicy.


PSB e PC do B

O PSB do ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, deve enfrentar o PT em 16 capitais. Em seis, já decidiu apoiar o partido: Rio, Recife, Aracaju, Belém, Campo Grande e Rio Branco.

O mais antigo e tradicional aliado do PT, o PCdoB, se aliará a candidaturas petistas em 16 Estados. Só em cinco se unirá a adversários do partido de Lula.

O PCdoB queria o apoio do PT a Inácio Arruda, seu candidato em Fortaleza, e contava com o Palácio do Planalto para tal. Mas, em um encontro regional, os petistas decidiram por 125 votos contra 122 lançar o nome da deputada estadual Luizianne Lins.

O PT, que hoje administra seis capitais, terá candidato próprio em 24 delas. Encontra problemas em montar sua base de aliados em cidades como Recife.

O prefeito João Paulo tenta a reeleição, mas tem dificuldade para repetir a frente que o elegeu em 2000, com PPS, PSB e PDT. Os três querem mais cargos em sua administração.

Só em duas capitais o PT abre mão da cabeça de chapa e negocia apoio a nomes de outros partidos.

Em Boa Vista, discute se apóia a candidatura de Tereza Jucá (PPS) ou Lourdes Pinheiro (PSB).

Em Manaus (AM), o PT deve participar de frente composta por PPS, PL, PSB e PCdoB. Há três nomes de possíveis candidatos da frente: Vanessa Graziottini (PCdoB), Serafim Corrêa (PSB) e Sinézio Campos (PT).

Veto de Brizola

O PDT, presidido por Leonel Brizola, já aprovou resolução interna proibindo alianças com o PT. Mas os petistas acreditam que haja possibilidade de alianças em oito capitais, caso o PDT "não operacionalize com rigor", como analisa o PT, sua recomendação.

O PP --que em São Paulo quer lançar Paulo Maluf contra Marta, mas vota com o governo Lula no Congresso-- deve apoiar a candidatura do petista Avenzoar Arruda em João Pessoa. Conversa com o partido também em Campo Grande e Natal. Enfrentará o PT em outras 15 capitais.

Nos 93 maiores municípios, só há possibilidade de aliança com o PSDB em Aracaju, com os tucanos apoiando Marcelo Déda.

No PT, é vista com reserva um eventual apoio do governador Aécio Neves (PSDB-MG) à reeleição de Fernando Pimentel em Belo Horizonte. O atual prefeito tenta acertar acordos com PCdoB, PL, PPS, PSB, PMDB e PSDB.

Aécio pode optar por lançar o tucano Eduardo Azeredo ou apoiar João Leite, pré-candidato do PSB. Mas ainda não descartou o nome de Pimentel.

Nenhuma aliança com o PFL, nas 93 maiores cidades, está sendo discutira, segundo o GTE.
 

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