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14/04/2004
-
06h13
da Agência Folha
A onda de protestos promovida pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desde março avançou ontem com mais invasões e marchas pelo país. O número de terras tomadas já chega a 73. Em São Paulo, a fazenda Santa Fé, em Sandovalina, foi invadida por 550 famílias. A cidade fica no Pontal do Paranapanema, região oeste do Estado.
O MST disse que a Santa Fé é devoluta (suspeita de ter sido grilada), fato que é contestado pelo Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado). A Agência Folha não localizou o dono da fazenda.
Também ontem, o movimento informou que invadiu, no sábado, outra fazenda em São Paulo, desta vez em Marabá Paulista. A propriedade está na região recém-adquirida pelo Estado para fins de reforma agrária, mas foi invadida mesmo assim.
Na Paraíba, o movimento também anunciou invasões que até então não haviam sido divulgadas: uma em Arara (no sábado), outra em Sumé (no domingo) e outra em Massaranduba (anteontem). Nesta última, foi tomada uma área pertencente a João Ribeiro, irmão do deputado federal Enivaldo Ribeiro (PP).
O MST local afirmou que as terras são improdutivas. João Ribeiro, que já pediu reintegração de posse, contesta a informação. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) disse que só adotaria uma posição depois de vistoriar a área.
Em Sergipe, o MST anunciou que invadiu anteontem a fazenda Colina do Sol, em Estância. Segundo o Incra, há cem famílias na área. A dona do imóvel, Lidinete Gama, disse que a terra é produtiva e que vai pedir reintegração.
A coordenação do MST declarou que apenas fazendas improdutivas são invadidas. O Incra afirmou que não fez uma vistoria na área para verificar se é improdutiva ou não, mas a propriedade não estava em nenhum processo de desapropriação pelo órgão.
As invasões e os protestos fazem parte do "abril vermelho", anunciado, no mês passado, como uma onda de protestos do MST.
Em Minas Gerais, o movimento promoveu uma marcha. Cerca de 200 trabalhadores sem terra, de acordo com o MST, saíram anteontem de Buritis rumo a Unaí. Eles devem percorrer cerca de cem quilômetros.
Garanhuns
O principal líder do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, disse ontem que o movimento não levou em conta o fato de que Garanhuns é a cidade natal do presidente Lula quando invadiu, anteontem, uma fazenda na cidade.
Amorim afirmou, no entanto, que é uma oportunidade para o presidente mostrar "se tem compromisso com a reforma agrária".
Maria José dos Santos Rodrigues, mulher do proprietário da fazenda Paulista, Edvaldo Rodrigues Paixão, afirmou que seu marido não tem nenhuma relação com o presidente. "Faz muito tempo que ele saiu daqui, e a gente não o conhece pessoalmente."
Invasões do MST desde março já chegam a 73
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A onda de protestos promovida pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) desde março avançou ontem com mais invasões e marchas pelo país. O número de terras tomadas já chega a 73. Em São Paulo, a fazenda Santa Fé, em Sandovalina, foi invadida por 550 famílias. A cidade fica no Pontal do Paranapanema, região oeste do Estado.
O MST disse que a Santa Fé é devoluta (suspeita de ter sido grilada), fato que é contestado pelo Itesp (Fundação Instituto de Terras do Estado). A Agência Folha não localizou o dono da fazenda.
Também ontem, o movimento informou que invadiu, no sábado, outra fazenda em São Paulo, desta vez em Marabá Paulista. A propriedade está na região recém-adquirida pelo Estado para fins de reforma agrária, mas foi invadida mesmo assim.
Na Paraíba, o movimento também anunciou invasões que até então não haviam sido divulgadas: uma em Arara (no sábado), outra em Sumé (no domingo) e outra em Massaranduba (anteontem). Nesta última, foi tomada uma área pertencente a João Ribeiro, irmão do deputado federal Enivaldo Ribeiro (PP).
O MST local afirmou que as terras são improdutivas. João Ribeiro, que já pediu reintegração de posse, contesta a informação. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) disse que só adotaria uma posição depois de vistoriar a área.
Em Sergipe, o MST anunciou que invadiu anteontem a fazenda Colina do Sol, em Estância. Segundo o Incra, há cem famílias na área. A dona do imóvel, Lidinete Gama, disse que a terra é produtiva e que vai pedir reintegração.
A coordenação do MST declarou que apenas fazendas improdutivas são invadidas. O Incra afirmou que não fez uma vistoria na área para verificar se é improdutiva ou não, mas a propriedade não estava em nenhum processo de desapropriação pelo órgão.
As invasões e os protestos fazem parte do "abril vermelho", anunciado, no mês passado, como uma onda de protestos do MST.
Em Minas Gerais, o movimento promoveu uma marcha. Cerca de 200 trabalhadores sem terra, de acordo com o MST, saíram anteontem de Buritis rumo a Unaí. Eles devem percorrer cerca de cem quilômetros.
Garanhuns
O principal líder do MST em Pernambuco, Jaime Amorim, disse ontem que o movimento não levou em conta o fato de que Garanhuns é a cidade natal do presidente Lula quando invadiu, anteontem, uma fazenda na cidade.
Amorim afirmou, no entanto, que é uma oportunidade para o presidente mostrar "se tem compromisso com a reforma agrária".
Maria José dos Santos Rodrigues, mulher do proprietário da fazenda Paulista, Edvaldo Rodrigues Paixão, afirmou que seu marido não tem nenhuma relação com o presidente. "Faz muito tempo que ele saiu daqui, e a gente não o conhece pessoalmente."
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