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18/04/2004
-
06h47
da enviada especial da Folha de S.Paulo a Uberlândia
No Triângulo Mineiro, não é o MST que dá as cartas no movimento pela reforma agrária, mas o MTL (Movimento Terra Trabalho e Liberdade), que prega a criação de empresas rurais comunitárias, em vez do sistema de glebas individuais. Ele pretende adotar o modelo em seu assentamento na fazenda Tangará.
Há nove facções agindo no triângulo. A maioria nasceu de rachas do MTL. Há organizações de âmbito local, como o CLST (Caminho de Libertação dos Sem Terra), que controla dois assentamentos de Uberlândia.
Segundo a Superintendência Regional do Incra em Minas Gerais, o MTL controla oito acampamentos no Triângulo Mineiro, de 30 identificados até sexta-feira.
Em segundo lugar, está a Fetaemg (Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Minas Gerais) com seis. O MST tem o mesmo número (quatro) da desconhecida MTR (Movimento dos Trabalhadores Rurais), que reúne famílias de sem-teto e sem-terra.
O MTR surgiu há um ano, em Uberlândia, mas já se prepara para invadir fazendas em Goiás e em São Paulo, segundo seu coordenador, Divino Divas, 44. Ele disse que estão programadas ações, para breve, em Barretos (SP) e Goiás Velho (GO) e que o movimento representa 745 famílias de sem-teto e 148 famílias de sem-terra.
Algumas siglas são tão parecidas que se confundem, como MTL e o MLT (Movimento de Luta pela Terra). Este último foi criado por militantes do PC do B e invadiu duas fazendas (Estiva e Veio D'água) em Uberlândia, na semana passada. As ações ocorreram na quarta à noite, e a Polícia Militar acabou sendo informada do fato pela reportagem, que esteve no local na quinta, antes do registro da ocorrência.
Segundo Django Alves, 33, da coordenação regional do MLT, a direção nacional decidiu, em março, acelerar as invasões. Há duas semanas, o movimento ocupou uma fazenda em Araguari, também no Triângulo Mineiro.
Ele diz que a organização crê no socialismo marxista-leninista e que as recentes invasões são para chamar atenção do governo.
Fazenda coletiva
Segundo Deodato Divino Machado, da coordenação estadual do MTL, a organização não se limita à questão agrária. Está envolvida com os sem-teto, com sindicatos e com transporte alternativo (vans e microônibus) em Goiânia. Só o transporte, ele diz, movimenta R$ 5 milhões/mês.
O projeto de empresa rural comunitária, proposto pelo MTL, está na publicação "Alternativa para o Assentamento - Cartilha de Formação nº 1", distribuída aos militantes. Estabelece que no máximo 20% da área assentada será para uso individual e que os 80% restantes ficarão subordinados ao planejamento coletivo. Os assentados teriam cotas na cooperativa.
Deodato disse que a adesão será voluntária e que o projeto de produção coletiva em Tangará seria viável com a adesão de 30 famílias. Diz já contar com o dobro.
Nove grupos atuam em defesa da reforma agrária no Triângulo Mineiro
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No Triângulo Mineiro, não é o MST que dá as cartas no movimento pela reforma agrária, mas o MTL (Movimento Terra Trabalho e Liberdade), que prega a criação de empresas rurais comunitárias, em vez do sistema de glebas individuais. Ele pretende adotar o modelo em seu assentamento na fazenda Tangará.
Há nove facções agindo no triângulo. A maioria nasceu de rachas do MTL. Há organizações de âmbito local, como o CLST (Caminho de Libertação dos Sem Terra), que controla dois assentamentos de Uberlândia.
Segundo a Superintendência Regional do Incra em Minas Gerais, o MTL controla oito acampamentos no Triângulo Mineiro, de 30 identificados até sexta-feira.
Em segundo lugar, está a Fetaemg (Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Estado de Minas Gerais) com seis. O MST tem o mesmo número (quatro) da desconhecida MTR (Movimento dos Trabalhadores Rurais), que reúne famílias de sem-teto e sem-terra.
O MTR surgiu há um ano, em Uberlândia, mas já se prepara para invadir fazendas em Goiás e em São Paulo, segundo seu coordenador, Divino Divas, 44. Ele disse que estão programadas ações, para breve, em Barretos (SP) e Goiás Velho (GO) e que o movimento representa 745 famílias de sem-teto e 148 famílias de sem-terra.
Algumas siglas são tão parecidas que se confundem, como MTL e o MLT (Movimento de Luta pela Terra). Este último foi criado por militantes do PC do B e invadiu duas fazendas (Estiva e Veio D'água) em Uberlândia, na semana passada. As ações ocorreram na quarta à noite, e a Polícia Militar acabou sendo informada do fato pela reportagem, que esteve no local na quinta, antes do registro da ocorrência.
Segundo Django Alves, 33, da coordenação regional do MLT, a direção nacional decidiu, em março, acelerar as invasões. Há duas semanas, o movimento ocupou uma fazenda em Araguari, também no Triângulo Mineiro.
Ele diz que a organização crê no socialismo marxista-leninista e que as recentes invasões são para chamar atenção do governo.
Fazenda coletiva
Segundo Deodato Divino Machado, da coordenação estadual do MTL, a organização não se limita à questão agrária. Está envolvida com os sem-teto, com sindicatos e com transporte alternativo (vans e microônibus) em Goiânia. Só o transporte, ele diz, movimenta R$ 5 milhões/mês.
O projeto de empresa rural comunitária, proposto pelo MTL, está na publicação "Alternativa para o Assentamento - Cartilha de Formação nº 1", distribuída aos militantes. Estabelece que no máximo 20% da área assentada será para uso individual e que os 80% restantes ficarão subordinados ao planejamento coletivo. Os assentados teriam cotas na cooperativa.
Deodato disse que a adesão será voluntária e que o projeto de produção coletiva em Tangará seria viável com a adesão de 30 famílias. Diz já contar com o dobro.
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