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28/04/2004
-
04h21
KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Manaus
A Polícia Federal informou ontem que identificou os nomes de 12 índios cintas-largas suspeitos de terem assassinado pelo menos 29 garimpeiros no último dia 7 dentro da terra indígena Roosevelt, no município de Espigão d'Oeste (534 km de Porto Velho).
A PF também prendeu três garimpeiros portando armas e apreendeu 40 gramas de diamantes extraídos ilegalmente de uma fazenda localizada a 10 km da entrada da terra indígena. Os garimpeiros foram presos anteontem, por volta das 20h (21h em Brasília), na localidade conhecida como Garimpo da Viúva. Seus nomes não foram divulgados.
Um deles foi solto depois de pagar fiança. Os outros dois permaneciam detidos ontem porque, além da acusação de extração ilegal de minérios, foram indiciados sob a acusação de porte ilegal de armas, um crime inafiançável. Eles portavam um revólver 38 com numeração raspada e uma espingarda calibre 12, além de munição.
As prisões dos garimpeiros são as primeiras da fase Mamoré (a segunda) da Operação Rondônia, que foi deflagrada por uma força-tarefa de órgãos federais liderados pela PF, no dia 20, para coibir o crime organizado no Estado. Haverá ainda mais uma fase, na fronteira com a Bolívia.
Suspeitos
O assessor de imprensa da Operação Rondônia, Joziel Brito, disse que a PF chegou aos nomes dos índios cintas-largas suspeitos do massacre de garimpeiros na reserva Roosevelt depois de ouvir depoimentos de 70 pessoas, entre garimpeiros, representantes de associações e familiares de garimpeiros mortos no massacre.
No momento, a investigação está centrada em relacionar o nome dado no depoimento com o do indígena suspeito. Os cintas-largas adotam nomes muito semelhantes e originados de uma língua da família tupi mondé.
"Estamos levantando quem de fato é quem porque tem nomes semelhantes como Cerere e Cere, que podem ser da mesma pessoa. Só poderemos ouvir esses índios quando as identidades forem determinadas", disse o assessor.
Segundo ele, os depoimentos dos índios deverão acontecer dentro da terra indígena Roosevelt, atendendo os dispositivos constitucionais de proteção dos indígenas.
De acordo com Cimi (Conselho Indígena Missionário) de Rondônia, entidade vinculada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), os cintas-largas se autodenominam panderej, que significa "nós somos gente", e matpe etamei, ou "peritos no arco", mas muitos deles adotaram o sobrenome Cinta-Larga, o nome dado a eles pela Funai (Fundação Nacional do Índio) em razão de os índios usarem no passado uma casca grossa de árvore na cintura.
Polícia identifica 12 índios suspeitos das mortes de garimpeiros em RO
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da Agência Folha, em Manaus
A Polícia Federal informou ontem que identificou os nomes de 12 índios cintas-largas suspeitos de terem assassinado pelo menos 29 garimpeiros no último dia 7 dentro da terra indígena Roosevelt, no município de Espigão d'Oeste (534 km de Porto Velho).
A PF também prendeu três garimpeiros portando armas e apreendeu 40 gramas de diamantes extraídos ilegalmente de uma fazenda localizada a 10 km da entrada da terra indígena. Os garimpeiros foram presos anteontem, por volta das 20h (21h em Brasília), na localidade conhecida como Garimpo da Viúva. Seus nomes não foram divulgados.
Um deles foi solto depois de pagar fiança. Os outros dois permaneciam detidos ontem porque, além da acusação de extração ilegal de minérios, foram indiciados sob a acusação de porte ilegal de armas, um crime inafiançável. Eles portavam um revólver 38 com numeração raspada e uma espingarda calibre 12, além de munição.
As prisões dos garimpeiros são as primeiras da fase Mamoré (a segunda) da Operação Rondônia, que foi deflagrada por uma força-tarefa de órgãos federais liderados pela PF, no dia 20, para coibir o crime organizado no Estado. Haverá ainda mais uma fase, na fronteira com a Bolívia.
Suspeitos
O assessor de imprensa da Operação Rondônia, Joziel Brito, disse que a PF chegou aos nomes dos índios cintas-largas suspeitos do massacre de garimpeiros na reserva Roosevelt depois de ouvir depoimentos de 70 pessoas, entre garimpeiros, representantes de associações e familiares de garimpeiros mortos no massacre.
No momento, a investigação está centrada em relacionar o nome dado no depoimento com o do indígena suspeito. Os cintas-largas adotam nomes muito semelhantes e originados de uma língua da família tupi mondé.
"Estamos levantando quem de fato é quem porque tem nomes semelhantes como Cerere e Cere, que podem ser da mesma pessoa. Só poderemos ouvir esses índios quando as identidades forem determinadas", disse o assessor.
Segundo ele, os depoimentos dos índios deverão acontecer dentro da terra indígena Roosevelt, atendendo os dispositivos constitucionais de proteção dos indígenas.
De acordo com Cimi (Conselho Indígena Missionário) de Rondônia, entidade vinculada à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), os cintas-largas se autodenominam panderej, que significa "nós somos gente", e matpe etamei, ou "peritos no arco", mas muitos deles adotaram o sobrenome Cinta-Larga, o nome dado a eles pela Funai (Fundação Nacional do Índio) em razão de os índios usarem no passado uma casca grossa de árvore na cintura.
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