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01/05/2004 - 06h34

Lula entrega ambulâncias velhas com logotipo novo

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da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto
da Folha de S.Paulo, em Brasília
da Folha de S.Paulo

Após deixar aliados embaraçados ao anunciar um salário mínimo de R$ 260, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou por três constrangimentos quase em seqüência. O pior foi em Ribeirão Preto (314 km de São Paulo), após visita à feira Agrishow.

O presidente participou da cerimônia de "entrega" de cinco ambulâncias de um programa federal à prefeitura local. Detalhe: os veículos apresentados no evento -que foram "passados em revista" por Lula e pela primeira-dama, Marisa Letícia da Silva --são praticamente sucatas e andam pelas ruas da cidade durante 24 horas há sete e oito anos.

As ambulâncias foram pintadas e receberam adesivos do governo federal. Para o diretor do Departamento de Atenção Especializada do Ministério, Arthur Chioro, pode ter ocorrido um erro de informação, já que o primeiro lote de ambulâncias só começará a ser entregue no final de junho. "Acho que o pessoal fez confusão", disse.

"Os veículos entregues ontem só passaram por uma reforma. O ideal é uma frota de até cinco anos de uso", disse o coordenador do Serviço de Atendimento Médico de Urgência de Ribeirão, César Masella. "Elas [as novas ambulâncias] estão protocoladas, mas quando irão chegar eu não sei", disse o secretário municipal de Saúde, Luís Carlos Raya.

Em documento do Ministério da Saúde distribuído aos jornalistas e divulgado em site oficial, o governo informava que "Ribeirão Preto ganha hoje [ontem] o reforço de cinco novas ambulâncias".

Em Ribeirão, Lula esteve também na inauguração de uma Unidade Básica Distrital de Saúde. Mas a instalação estava incompleta. Faltavam equipamentos como ultra-som e mesa ginecológica.

O roteiro da viagem presidencial a SP previa, ainda, a participação de Lula no lançamento da pedra fundamental do Centro de Educação Tecnológica em Saúde Pública, na Cidade Tiradentes, bairro pobre da zona leste.

Por falta de público, como a Folha apurou, Lula desistiu do compromisso. Avaliou também que ida poderia repercutir mal politicamente, já que não havia obra num dos locais, mas o lançamento de uma pedra fundamental.

O evento contou com cerca de 250 pessoas, a maioria cabos eleitorais de candidatos a vereador do PT e do PC do B.

Na quinta-feira, o presidente já havia passado por constrangimento ao participar em Guariba (337 km de São Paulo) da inauguração da ampliação de uma central de recebimento de embalagens de agrotóxicos. A reforma irá propiciar a criação de apenas 4 empregos. No evento, Lula deixou claro seu desconforto.

Carro de som

Em Cidade Tiradentes, zona leste de São Paulo, desde a manhã de anteontem um carro de som anunciava a presença de Lula no lançamento da pedra fundamental. Prometia também que o presidente visitaria as obras do Hospital Cidade Tiradentes, cujo contrato foi assinado em outubro do ano passado e só deverá ser concluído em dezembro de 2005.

O PT-SP mandou colocar várias faixas nas quais frisava a união entre a prefeita Marta Suplicy, candidata à reeleição, e Lula. "Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e prefeita Marta Suplicy juntos por uma São Paulo melhor", dizia uma delas. As pessoas que foram ao evento ganharam bandeirinhas do partido. Folhetins de candidatos foram distribuídos.

Os moradores, como Jussara Bahia, por exemplo, não estavam constrangidos, mas indignados. "Sabia que ele não viria neste fim de mundo." A assessoria do presidente informou que "em lugar da visita que faria às obras do hospital, o presidente optou por participar da cerimônia de inauguração, com data ainda indefinida".
 

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