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07/08/2009 - 10h54

TRE-SP deve arquivar 2.500 denúncias sobre doações ilegais

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RUBENS VALENTE
da Folha de S.Paulo

Uma decisão tomada ontem pelos desembargadores do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo abriu caminho para que sejam arquivadas cerca de 2.500 representações movidas neste ano pela Procuradoria Regional Eleitoral para tentar punir doadores eleitorais que teriam extrapolado os limites legais das contribuições na campanha de 2006.

As doações questionadas beneficiaram deputados, senadores e governadores em todo o país. Com a decisão, os alvos das representações --cerca de mil empresas, tais como bancos, empreiteiras e empresas de aviação, e 1.500 pessoas-- deverão ficar livres de qualquer sanção no Estado de São Paulo.

Por 6 votos a 0, os juízes concluíram que as representações foram feitas fora do prazo. O Ministério Público afirma que tal prazo não é fixado na legislação eleitoral.

O processo tratava de doação feita por um consultório médico. Mas o entendimento, do plenário do tribunal, será estendido a todos os processos.

"Essa decisão vai transformar São Paulo no "paraíso fiscal" dos doadores ilegais", afirmou o procurador da República substituto Pedro Barbosa, que recorrerá ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), após a decisão do TRE ser publicada em Diário Oficial, dentro de dez dias.

Multa

O Ministério Público pretendia, por meio das representações no TRE, que os doadores em situação irregular fossem multados em cerca de R$ 390 milhões. O Código Eleitoral prevê, como limites para as doações, 2% do faturamento bruto do ano anterior à eleição, no caso de pessoas jurídicas, e 10% dos rendimentos brutos, para as pessoas físicas.

Pela lei, acima desse teto o doador está sujeito a uma multa que varia de cinco a dez vezes o valor extrapolado.

A pedido da presidência do TSE, a Receita cruzou os dados fiscais dos doadores e chegou a um número aproximado de 18 mil nomes em situação irregular. O TSE enviou o levantamento às procuradorias regionais eleitorais, que passaram a mover representações.

O julgamento de ontem foi o primeiro do gênero no TRE paulista. "Essa decisão vai na contramão do que está ocorrendo no resto do país", afirmou Barbosa.

Segundo a assessoria do TRE, "o entendimento foi pela perda do objeto e pela decadência da proposição".

Participaram da sessão os desembargadores Paulo Octávio Baptista Pereira, Antonio Augusto Corrêa Vianna, Paulo Alcides Amaral Salles, Flávio Luiz Yarshell, Galdino Toledo Júnior e Paulo Henrique dos Santos Lucon. Não foi necessário o voto do presidente do tribunal, Marco César Müller Valente.

Os desembargadores levaram em conta "a celeridade e o objetivo" que deve marcar um processo de natureza eleitoral. Eles consideraram ser muito tempo os três anos que separaram a eleição do protocolo das representações, em março.

Numa outra sessão, em julho, o corregedor do tribunal, Walter de Almeida Guilherme, fora favorável à abertura dos processos --ontem, em férias, ele não participou da votação.

Desde 2007 a Procuradoria Regional Eleitoral tenta mover ações contra doadores que teriam excedido o limite. Nas primeiras tentativas, o TRE alegou que os procuradores não poderiam utilizar provas produzidas pela Receita Federal. O entrave foi depois superado por decisão do TSE.

No mês passado, a Folha revelou que entre os dez doadores que mais excederam o limite legal estão a AIB (Associação Imobiliária Brasileira), ligada ao Secovi-SP que integra a lista do TSE de suspeitos de financiamento ilegal de campanha, o Banco Mercantil de São Paulo, incorporado pelo Bradesco em 2006, duas empresas ligadas ao grupo Safra, a Embraer e a Heber Participações, holding controladora do Grupo Bertin.

Comentários dos leitores
petra fan (32) 02/02/2010 21h26
petra fan (32) 02/02/2010 21h26
o sindicato que está no poder passou 20 anos jurando que queria governar para mudar "tudo isso que está aí".
hoje, tem uma escumalha a compor sua base de governo, institutos de pesquisa amigos que lhe conseguem amostras sortudas, e uma tropa de tonton macoutes a demonstrar sua verve "democrática" na internet.
é impressionante.
sem opinião
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Claudio Rocha (434) 02/02/2010 20h00
Claudio Rocha (434) 02/02/2010 20h00
Quando governo é atuante os desastres provocados pela natureza são diminuidas. O que ocorre em SP com as enchentes é igual ao que ocorreu no governo Bush em New Orleans, USA, com o KATRINA. onde o governo, todos sabiam a quem defendia e a quem representava. O que permitiu que um fenomeno da natureza devastasse a cidade, mostrando o sofrimento e a miseria que os poderosos tanto se empenham em esconder....São Paulo uma cidade triste, população se sente abandonada por aqueles no qual confiou seu voto.... Esse deveria ser o lema do PSDB: Brasil um Pais para poucos 5 opiniões
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Você sabia que no Paraguai (que não tem nenhum poço de petróleo) a gasolina custa R$ 1,45 o litro e sem adição de álcool . Na Argentina, Chile e Uruguai que juntos (somados os 3) produzem menos de 1/5 da produção brasileira, o preço da gasolina gira em torno de R$ 1,70 o litro e sem adição de álcool. Você sabia, que já desde o ano de 2007 e conforme anunciado aos "quatro ventos" pelo LULA e sua Ministra DILMA... o Brasil já é AUTO-SUFICIENTE em petróleo e possui a TERCEIRA maior reserva de petróleo do MUNDO.
Realmente, só tem uma explicação para pagarmos R$ 2,67 o litro: a GANÂNCIA do Governo com seus impostos e a busca desenfreada dos lucros exorbitantes da nossa querida e estimada estatal brasileira que refina o petróleo por ela mesma explorado nas "terras tupiniquins", então o "velho PT", lembram-se deles, quando oposição???Vão ao MP,contra o Serra devido as enchentes........e dá para entender???
8 opiniões
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