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13/05/2004
-
05h38
RICARDO WESTIN
do enviado especial da Folha de S.Paulo a São José dos Campos
A Secom (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica) requisitou ontem à pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Regina Parreiras Martins um estudo por meio do qual ela concluiu que o "New York Times" trata o Brasil com desprezo e preconceito.
O interesse surgiu um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter determinado que um correspondente do jornal americano fosse expulso do Brasil por ter escrito uma reportagem afirmando que há uma preocupação nacional por causa de um suposto vício de Lula em bebidas alcóolicas.
"Segundo eles [assessores da Secom], o ministro [Luiz Gushiken] quer o trabalho", disse a pesquisadora, que foi contatada por telefone em São José dos Campos (SP).
Feito com base em reportagens que o "NYT" publicou sobre o Brasil entre 1985 e 2000, o trabalho conclui que os americanos lêem versões preconceituosas sobre os brasileiros.
Ela acredita que seu estudo possa ser usado pelo Planalto como argumento para justificar a decisão de cancelar o visto do correspondente Larry Rohter. O governo americano reagiu --acusou o país de violar a liberdade de imprensa.
A assessoria de imprensa de Gushiken, no entanto, afirma que a solicitação do estudo "faz parte da rotina" e que ele deve ir para os arquivos da Secom.
Martins passou quatro meses pesquisando na biblioteca do Congresso americano para sua dissertação de mestrado em lingüística. Segundo ela, os temas mais recorrentes sobre o Brasil são miséria, violência, carnaval e misticismo --muitas vezes com cunho racista.
"Em 88, o "New York Times" atribuiu a passividade política dos brasileiros a um misticismo exagerado. Argumentou que um assessor do [então] presidente José Sarney era astrólogo", diz ela. "Quando diz que Lula é um bêbado, só reforça a visão deturpada que os americanos já têm do Brasil."
No entanto, ela disse jamais ter visto no "NYT" nada tão "pesado": "Nunca um presidente brasileiro foi tão humilhado como Lula agora".
Governo requer estudo sobre "NYT" e Brasil
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do enviado especial da Folha de S.Paulo a São José dos Campos
A Secom (Secretaria de Comunicação de Governo e Gestão Estratégica) requisitou ontem à pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Regina Parreiras Martins um estudo por meio do qual ela concluiu que o "New York Times" trata o Brasil com desprezo e preconceito.
O interesse surgiu um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter determinado que um correspondente do jornal americano fosse expulso do Brasil por ter escrito uma reportagem afirmando que há uma preocupação nacional por causa de um suposto vício de Lula em bebidas alcóolicas.
"Segundo eles [assessores da Secom], o ministro [Luiz Gushiken] quer o trabalho", disse a pesquisadora, que foi contatada por telefone em São José dos Campos (SP).
Feito com base em reportagens que o "NYT" publicou sobre o Brasil entre 1985 e 2000, o trabalho conclui que os americanos lêem versões preconceituosas sobre os brasileiros.
Ela acredita que seu estudo possa ser usado pelo Planalto como argumento para justificar a decisão de cancelar o visto do correspondente Larry Rohter. O governo americano reagiu --acusou o país de violar a liberdade de imprensa.
A assessoria de imprensa de Gushiken, no entanto, afirma que a solicitação do estudo "faz parte da rotina" e que ele deve ir para os arquivos da Secom.
Martins passou quatro meses pesquisando na biblioteca do Congresso americano para sua dissertação de mestrado em lingüística. Segundo ela, os temas mais recorrentes sobre o Brasil são miséria, violência, carnaval e misticismo --muitas vezes com cunho racista.
"Em 88, o "New York Times" atribuiu a passividade política dos brasileiros a um misticismo exagerado. Argumentou que um assessor do [então] presidente José Sarney era astrólogo", diz ela. "Quando diz que Lula é um bêbado, só reforça a visão deturpada que os americanos já têm do Brasil."
No entanto, ela disse jamais ter visto no "NYT" nada tão "pesado": "Nunca um presidente brasileiro foi tão humilhado como Lula agora".
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