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14/05/2004
-
19h06
CAIO MAIA
JOÃO SANDRINI
RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em SP e Brasília
Uma carta redigida pelos advogados do correspondente do jornal americano "New York Times" Larry Rohter, afirmando que ele "não teve a intenção de ofender o presidente Luiz Inácio Lula da Silva", colocou fim à polêmica. O governo revogou o cancelamento do visto temporário do jornalista, que poderá permanecer no país.
Larry Rohter foi o autor de reportagem na qual afirma que a população estaria preocupada com o suposto hábito de abusar de bebidas alcoólicas do presidente.
Na carta enviada ao Palácio do Planalto, o jornalista "declara jamais ter tido a intenção de ofender a honra do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, a quem já pôde até mesmo entrevistar em algumas ocasiões, e reafirma seu grande afeto pelo Brasil e seu profundo respeito às instituições democráticas brasileiras, incluindo a Presidência da República".
Diz ainda que "manifesta sua preocupação, por entender que a versão de seu texto para o português não é fidedigna, o que pode ter causado a ampliação do mal-entendido".
O requerimento de revisão da decisão tem quatro páginas e é assinado por três advogados. No texto, não há nenhum pedido expresso de desculpas.
Costura
Após o envio da carta, o ministro Thomaz Bastos, que desembarcou nesta tarde em São Paulo após viagem à Suíça, negociou por telefone o recuo com Lula --que também está em SP. Ontem, a senadores, Lula já havia admitido rever sua decisão caso o jornal se retratasse.
Em entrevista nesta noite na capital paulista, Thomaz Bastos afirmou que "juridicamente a retratação é consistente e por isso o governo decidiu revigorar o visto".
STJ
O ministro Francisco Peçanha Martins, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), disse que a decisão do Palácio do Planalto faz cessar o processo em curso no tribunal.
Ontem, ele havia concedido salvo-conduto para que o jornalista permanecesse no país. "Desaparecendo o ato, não será mais necessário o salvo-conduto. Ele deixa de existir", afirmou.
Leia mais
Entenda a polêmica sobre a reportagem do "NYT"
Veja a íntegra do pedido de reconsideração do jornalista do "NYT"
Jornalista do "NYT" se retrata, e governo revoga expulsão
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JOÃO SANDRINI
RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em SP e Brasília
Uma carta redigida pelos advogados do correspondente do jornal americano "New York Times" Larry Rohter, afirmando que ele "não teve a intenção de ofender o presidente Luiz Inácio Lula da Silva", colocou fim à polêmica. O governo revogou o cancelamento do visto temporário do jornalista, que poderá permanecer no país.
Larry Rohter foi o autor de reportagem na qual afirma que a população estaria preocupada com o suposto hábito de abusar de bebidas alcoólicas do presidente.
Na carta enviada ao Palácio do Planalto, o jornalista "declara jamais ter tido a intenção de ofender a honra do Excelentíssimo Senhor Presidente da República, a quem já pôde até mesmo entrevistar em algumas ocasiões, e reafirma seu grande afeto pelo Brasil e seu profundo respeito às instituições democráticas brasileiras, incluindo a Presidência da República".
Diz ainda que "manifesta sua preocupação, por entender que a versão de seu texto para o português não é fidedigna, o que pode ter causado a ampliação do mal-entendido".
O requerimento de revisão da decisão tem quatro páginas e é assinado por três advogados. No texto, não há nenhum pedido expresso de desculpas.
Costura
Após o envio da carta, o ministro Thomaz Bastos, que desembarcou nesta tarde em São Paulo após viagem à Suíça, negociou por telefone o recuo com Lula --que também está em SP. Ontem, a senadores, Lula já havia admitido rever sua decisão caso o jornal se retratasse.
Em entrevista nesta noite na capital paulista, Thomaz Bastos afirmou que "juridicamente a retratação é consistente e por isso o governo decidiu revigorar o visto".
STJ
O ministro Francisco Peçanha Martins, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), disse que a decisão do Palácio do Planalto faz cessar o processo em curso no tribunal.
Ontem, ele havia concedido salvo-conduto para que o jornalista permanecesse no país. "Desaparecendo o ato, não será mais necessário o salvo-conduto. Ele deixa de existir", afirmou.
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