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12/09/2000 - 03h19

Rivais usam lei sobre flats contra Conde

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da Folha de S.Paulo

A liderança do prefeito Luiz Paulo Conde (PFL) nas pesquisas de intenção de voto fez dele o alvo preferencial dos candidatos à Prefeitura do Rio.
Os ataques pegam carona na reação popular à lei, de autoria de Conde, que permite a construção de apart-hotéis na cidade, proibida desde 1985.

Com a volta desse tipo de empreendimento, casarões e pequenos prédios da
zona Sul foram comprados por empreiteiras, para construção de novos edifícios.

O temor de que bairros como o Leblon e o Jardim Botânico virem novas Copacabanas, onde proliferam edifícios com muitos apartamentos de tamanho pequeno, tem provocado protestos dos moradores. Eles acreditam que haverá gargalo no trânsito e queda geral na qualidade de vida, além de degradação na paisagem urbana.

Para Benedita da Silva (PT), a aplicação da lei deveria ser suspensa até que os novos vereadores e prefeito tenham sido empossados no próximo ano.

"As relações de Conde com o setor imobiliário estão se configurando em um escândalo. Temos que suspender essa lei", disse a candidata, que propõe um debate amplo antes que as construções sejam autorizadas.

O prefeito, que na última pesquisa Datafolha tem 35% das intenções de voto, se defende lembrando que a lei foi aprovada por unanimidade na Câmara Municipal, contando com votos de vereadores de todos os partidos, inclusive os do PT.

"No ano passado, antes de a lei ser aprovada, era a hora para o debate. Ninguém discutiu, todo mundo achou ótimo", afirmou Conde, para quem as objeções ao projeto têm caráter eleitoral.

"O prefeito quer se notabilizar por ser o autor do Bairro Favela", afirma o candidato do PSDB, Ronaldo Cezar Coelho, fazendo uma inversão com o nome do Favela Bairro, projeto da prefeitura de urbanização de áreas carentes.

"Agora, ele quer favelizar as áreas já urbanizadas", diz Coelho, que no último final de semana colheu 10 mil assinaturas contra os apart-hotéis. Ele pretende anexar o abaixo-assinado a uma ação na Justiça, na qual pede que a lei seja considerada inconstitucional.

Cesar Maia (PTB) também acusa Conde de agir motivado pelo interesse das empresas de construção e do setor imobiliário. "Conde tem razão privada, interesses e lucro para ser favorável a essa lei", afirma o candidato.

Para o prefeito, a volta dos apart-hotéis está gerando mais empregos na construção civil, além de atender uma demanda composta desde executivos até pessoas da terceira idade, interessados em morar em pequenos imóveis com serviços.

Maia, prefeito na gestão anterior a Conde, prometeu ontem aos eleitores maiores de 65 anos de idade que vai distribuir medicamentos de graça para todos os que tiverem renda inferior a cinco salários mínimos, caso seja eleito.

"Na terceira idade, remédio é como merenda escolar", disse o ex-prefeito.

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