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20/05/2004 - 18h42

Deputado acusado no caso Daniel critica atuação do Ministério Público

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da Folha Online

O deputado estadual Donisete Braga (PT) disse nesta quinta-feira estar "absolutamente indignado" com as acusações do Ministério Público de que ele estaria envolvido no assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), seqüestrado em 18 de janeiro de 2002.

Braga questiona as razões de o Ministério Público não ter ouvido as pessoas com que ele estava na noite de 18 de janeiro de 2002 e afirmou que o laudo apresentado pelo Ministério Público é contraditório. Ele reiterou possuir um laudo da empresa Vivo que diz ser possível a captação de ligações telefônicas por outras antenas.

O deputado reafirmou que as antenas de Embu e Itapecerica --região onde ocorreu o crime-- poderiam ter captado seu telefone naquele local e que tem um laudo da empresa de telefonia Vivo em que diz ser possível a captação de ligações telefônicas de outras antenas.

Ele disse novamente que, na data, esteve no Palácio dos Bandeirantes, em reunião com o governador e com lideranças do PT e do ABC paulista para discutir medidas que pudessem solucionar o seqüestro de Celso Daniel.

Acusações

Ontem, promotores do Gaerco (Grupo de Atuação Especial Regional de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado, do Ministério Público Estadual) em Santo André enviaram uma representação ao procurador-geral do Estado de São Paulo, Rodrigo César Rebello Pinho, na qual acusam o deputado estadual Donisete Braga, do PT, de participação na morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002.

Segundo a representação, registros da movimentação do telefone celular de Braga demonstram que ele esteve, no dia do crime, na região em que foi achado o corpo de Daniel. Na mesma região --municípios de Embu e Itapecerica da Serra-- fica o local onde o prefeito foi mantido em cativeiro. O veículo utilizado no seqüestro também foi abandonado na área.

O Ministério Público diz ainda que a quebra do sigilo bancário de Braga "propiciou a verificação de movimentação financeira entre o deputado e o réu Sérgio Gomes da Silva". Gomes da Silva estava com Daniel no momento em que o prefeito foi seqüestrado e é apontado pela promotoria como um dos mandantes do crime.

A teoria do Ministério Público é de que o prefeito de Santo André foi assassinado depois de descobrir um esquema de corrupção na prefeitura. Gomes da Silva seria um dos participantes deste esquema. A representação enviada ao procurador-geral busca mostrar ligações financeiras entre ele e Donisete Braga.

Como o acusado é deputado estadual, apenas o procurador-geral poderia apresentar denúncia contra ele. A representação tem como objetivo enviar ao procurador-geral o resultado das investigações e sugerir a denúncia.

Nota

No início da noite, a bancada do PT da Assembléia Legislativa paulista divulgou esta nota em solidariedade a Braga:

"A bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo manifesta total apoio e solidariedade ao deputado Donisete Braga. Nós, que conhecemos a militância partidária e o cotidiano da vida parlamentar, queremos dar um testemunho público da total incongruência das denúncias contra ele assacadas no contexto das investigações do assassinato do companheiro Celso Daniel.

O companheiro Donisete Braga tem toda a confiança de nossa bancada e seus esclarecimentos são mais que suficientes para afastar quaisquer ilações que o vincule aos fatos investigados pelo Ministério Público Estadual.

Neste sentido, a bancada do PT procurará as demais bancadas da Assembléia Legislativa que, com certeza, compartilham conosco desta opinião para, na próxima terça-feira, 25 de maio, realizar manifestação de solidariedade, em plenário, ao companheiro Donisete.

Estaremos também com o Senhor procurador-geral de Justiça, Rodrigo César Pinho, para manifestar-lhe pessoalmente essa confiança e nosso inconformismo com a forma que os promotores, encarregados dessas apurações, vêm impedindo o pleno esclarecimento dos fatos."



 

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