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21/05/2004
-
06h34
da Folha de S.Paulo
O procurador regional da República em São Paulo, Marlon Weichert, fez uma espécie de desabafo diante das insistentes perguntas de jornalistas ontem sobre o envolvimento de funcionários da atual gestão do Ministério da Saúde em irregularidades na compra de hemoderivados.
"A corrupção é algo que permeia todas as administrações. Não é a cor da bandeira partidária que modifica a realidade", disse.
O procurador afirmou que nas compras nacionais "o dinheiro é muito grande", equivalente "ao orçamento de uma multinacional". "O que falta é uma política contra isso [a corrupção], de união de esforços", acrescentou.
Segundo o procurador, as peças-chave do esquema são os ex-integrantes da Comissão de Licitações de remédios do ministério.
Um deles, destacou, Mário Machado da Silva, que presidia processos, é datilógrafo, disse. Segundo Weichert, há indícios de que o padrão de vida dos funcionários é incompatível com os salários de funcionários públicos.
Os integrantes da comissão atuariam no ministério desde 97, pelo menos, afirmou ainda.
O procurador de São Paulo havia investigado em 98 a licitação 1/97 da extinta Central de Medicamentos do ministério, caso que gerou ações cíveis contra integrantes da Fundação Pró-Sangue de São Paulo --,órgão ligado ao governo estadual-- da Fundação do Sangue- de amparo à Pró-Sangue- e ex-dirigentes do Ministério da Saúde. São eles, respectivamente, Dalton Chamone --procurado ontem, não se manifestou- Marcelo Pitta, preso anteontem, e Elisaldo Carlini-- este último não foi localizado pela reportagem, estava viajando.
Segundo Weichert, a empresa representada por Pitta, a Cruz Vermelha Americana, já naquela época foi favorecida e houve denúncias de violação nos envelopes da concorrência.
As investigações subsidiaram a Operação Vampiro --nomes de investigados e denúncias repetem-se na licitação recente, o que faz os procuradores acreditarem na continuidade do esquema.
Corrupção não possui partido, diz procurador
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O procurador regional da República em São Paulo, Marlon Weichert, fez uma espécie de desabafo diante das insistentes perguntas de jornalistas ontem sobre o envolvimento de funcionários da atual gestão do Ministério da Saúde em irregularidades na compra de hemoderivados.
"A corrupção é algo que permeia todas as administrações. Não é a cor da bandeira partidária que modifica a realidade", disse.
O procurador afirmou que nas compras nacionais "o dinheiro é muito grande", equivalente "ao orçamento de uma multinacional". "O que falta é uma política contra isso [a corrupção], de união de esforços", acrescentou.
Segundo o procurador, as peças-chave do esquema são os ex-integrantes da Comissão de Licitações de remédios do ministério.
Um deles, destacou, Mário Machado da Silva, que presidia processos, é datilógrafo, disse. Segundo Weichert, há indícios de que o padrão de vida dos funcionários é incompatível com os salários de funcionários públicos.
Os integrantes da comissão atuariam no ministério desde 97, pelo menos, afirmou ainda.
O procurador de São Paulo havia investigado em 98 a licitação 1/97 da extinta Central de Medicamentos do ministério, caso que gerou ações cíveis contra integrantes da Fundação Pró-Sangue de São Paulo --,órgão ligado ao governo estadual-- da Fundação do Sangue- de amparo à Pró-Sangue- e ex-dirigentes do Ministério da Saúde. São eles, respectivamente, Dalton Chamone --procurado ontem, não se manifestou- Marcelo Pitta, preso anteontem, e Elisaldo Carlini-- este último não foi localizado pela reportagem, estava viajando.
Segundo Weichert, a empresa representada por Pitta, a Cruz Vermelha Americana, já naquela época foi favorecida e houve denúncias de violação nos envelopes da concorrência.
As investigações subsidiaram a Operação Vampiro --nomes de investigados e denúncias repetem-se na licitação recente, o que faz os procuradores acreditarem na continuidade do esquema.
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