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22/05/2004 - 07h06

Ministro determina investigação de licitação de Serra

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LUCIANA CONSTANTINO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela manhã e com o ministro Waldir Pires (Controladoria Geral da União) à tarde, o ministro Humberto Costa (Saúde) determinou ontem a abertura de procedimento administrativo para apurar a compra de 739 máquinas de hemodiálise em licitação aberta em 1999 e encerrada em 2001.

Nesse período, ocupava a pasta José Serra, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB. Ele foi ministro entre 1998 e 2002.

Também foi solicitado à controladoria uma auditoria em todos os procedimentos administrativos realizados pela Coordenadoria Geral de Recursos Logísticos do ministério desde janeiro de 2003 e nos cinco anos anteriores.

O ex-coordenador de Recursos Logísticos do ministério Luiz Cláudio Gomes da Silva foi um dos 14 presos na quarta-feira pela Polícia Federal, durante a Operação Vampiro, acusado de fazer parte de um esquema montado para fraudar compras de hemoderivados desde a década de 90.

Silva foi nomeado para o cargo em agosto último pelo próprio ministro da Saúde. Ontem, Costa se disse "profundamente decepcionado" com o ex-coordenador, que foi exonerado anteontem.

Foi determinada ainda auditoria nos contratos firmados pelo Ministério da Saúde e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a partir de janeiro de 2003. O governo suspeita que outros compras, além da de hemoderivados, possam ter problemas.

O procedimento sobre a compra das máquinas de hemodiálise no valor total de US$ 8.792.715,64 tem o objetivo de investigar uma possível relação entre as empresas e envolvidos em irregularidades na compra de hemoderivados.

"Muitas empresas investigadas no inquérito da PF também trabalharam com hemodiálise. Não há intenção de fazer a politização do caso", disse Costa. Segundo ele, é só "trabalho preventivo".

Pela manhã, na tentativa de evitar que as prisões respinguem na imagem do governo, Lula deu sinais de apoio ao ministro. Recebeu-o por 40 minutos na Base Aérea de Brasília, antes de seguir para a China, e apoiou as apurações.

No Rio, o ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) afirmou que a ação fortalece o governo. "[Lula] está colocando o dedo na ferida."
 

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