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22/05/2004
-
07h34
da Folha de S.Paulo, em Brasília
No primeiro dia em que passou em Brasília após a Operação Vampiro, o ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou ontem se sentir fortalecido com as apurações da Polícia Federal em compras de hemoderivados.
Reiterando que o pedido de investigação foi feito já em sua gestão, o ministro disse ter recebido apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para continuar a apuração "doa a quem doer".
Costa estava em Genebra (Suíça) e iria anteontem para a Eslovênia, onde se reuniria com ministros de outros países. Decidiu enviar um representante para o encontro e antecipar a volta ao Brasil para acompanhar de perto as investigações.
A seguir, a entrevista concedida à Folha.
Folha - A prisão de funcionários do Ministério da Saúde, inclusive de um ex-coordenador nomeado pelo sr., afeta sua imagem política?
Humberto Costa - Não. Pelo contrário, me sinto fortalecido. Os procuradores disseram que o esquema já existia há anos. Fui a pessoa que mandou apurar o caso. Na nossa gestão, o gasto no setor de hemoderivados foi reduzido drasticamente. Não quero assumir o papel de delegado de polícia, mas fomos nós que fizemos a apuração.
Folha - Mas o ex-coordenador Luiz Cláudio Gomes da Silva, nomeado em agosto, foi preso.
Costa - O fato de uma pessoa estar envolvida não muda em nada. Agi de forma totalmente impessoal. O presidente Lula deu total apoio para que as investigações continuem, doa a quem doer. Mas não vamos fazer politização ou perseguição.
Folha - Como o sr. se sente com a prisão de Silva?
Costa - Profundamente decepcionado. À época em que trabalhamos juntos na Prefeitura de Recife não houve nada que desabonasse sua conduta. Ele fez uma gestão boa. Vê-lo envolvido é uma decepção. Mas vamos continuar as investigações até as últimas conseqüências.
Acho um absurdo que um país com dificuldades para obter recursos tenha empresas ou pessoas que desviem verbas da saúde. O dinheiro que foi surrupiado do ministério em anos anteriores faltou para melhorar a qualidade da saúde. Temos que nos indignar profundamente com isso.
Folha - Por que investigar justamente um contrato que trata de máquinas de hemodiálise feito entre 1999 e 2001?
Costa - Muitas empresas denunciadas no processo de hemoderivados também trabalham com hemodiálise. Não temos o intuito de gerar constrangimentos ou disputa política. Meu papel é defender a aplicação correta dos recursos do ministério.
Costa se diz fortalecido com ação da PF
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No primeiro dia em que passou em Brasília após a Operação Vampiro, o ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou ontem se sentir fortalecido com as apurações da Polícia Federal em compras de hemoderivados.
Reiterando que o pedido de investigação foi feito já em sua gestão, o ministro disse ter recebido apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para continuar a apuração "doa a quem doer".
Costa estava em Genebra (Suíça) e iria anteontem para a Eslovênia, onde se reuniria com ministros de outros países. Decidiu enviar um representante para o encontro e antecipar a volta ao Brasil para acompanhar de perto as investigações.
A seguir, a entrevista concedida à Folha.
Folha - A prisão de funcionários do Ministério da Saúde, inclusive de um ex-coordenador nomeado pelo sr., afeta sua imagem política?
Humberto Costa - Não. Pelo contrário, me sinto fortalecido. Os procuradores disseram que o esquema já existia há anos. Fui a pessoa que mandou apurar o caso. Na nossa gestão, o gasto no setor de hemoderivados foi reduzido drasticamente. Não quero assumir o papel de delegado de polícia, mas fomos nós que fizemos a apuração.
Folha - Mas o ex-coordenador Luiz Cláudio Gomes da Silva, nomeado em agosto, foi preso.
Costa - O fato de uma pessoa estar envolvida não muda em nada. Agi de forma totalmente impessoal. O presidente Lula deu total apoio para que as investigações continuem, doa a quem doer. Mas não vamos fazer politização ou perseguição.
Folha - Como o sr. se sente com a prisão de Silva?
Costa - Profundamente decepcionado. À época em que trabalhamos juntos na Prefeitura de Recife não houve nada que desabonasse sua conduta. Ele fez uma gestão boa. Vê-lo envolvido é uma decepção. Mas vamos continuar as investigações até as últimas conseqüências.
Acho um absurdo que um país com dificuldades para obter recursos tenha empresas ou pessoas que desviem verbas da saúde. O dinheiro que foi surrupiado do ministério em anos anteriores faltou para melhorar a qualidade da saúde. Temos que nos indignar profundamente com isso.
Folha - Por que investigar justamente um contrato que trata de máquinas de hemodiálise feito entre 1999 e 2001?
Costa - Muitas empresas denunciadas no processo de hemoderivados também trabalham com hemodiálise. Não temos o intuito de gerar constrangimentos ou disputa política. Meu papel é defender a aplicação correta dos recursos do ministério.
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