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24/05/2004 - 06h37

Trem e porto atraem investimentos da China

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CLÁUDIA TREVISAN
da Folha de S.Paulo, em Pequim

Os projetos brasileiros com mais chances de receber investimentos chineses em curto prazo são a conclusão da ferrovia Norte-Sul, a modernização dos portos de Itaqui (MA) e Santos (SP) e a irrigação de cana-de-açúcar na Bahia para fabricar álcool etanol.

Brasil e China assinam hoje o protocolo de entendimentos que abrirá caminho para os investimentos chineses na infra-estrutura brasileira, um dos principais pontos da visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza no país asiático desde sábado.

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, disse ontem em Pequim que o governo brasileiro apresentou às autoridades chinesas todos os projetos que poderiam receber investimentos dentro do modelo da PPP (Parceria Público-Privada). De todos, os que despertaram interesse da China foram ferrovias, portos e produção de etanol.

Dona da maior população e da economia que mais cresce no mundo, a China considera crucial garantir o suprimento de produtos agrícolas e de matérias-primas para suas empresas. Por isso, tem interesse em melhorar o sistema brasileiro de escoamento de soja e de minério de ferro, usado na produção de aço.

Outra área de interesse é a produção de álcool etanol, combustível alternativo ao petróleo. Segundo Mantega, a China pretende investir US$ 600 milhões (R$ 1,8 bilhão) em dois projetos de irrigação na Bahia.

"O protocolo que será assinado é o coroamento de um processo que se desenvolveu por vários meses, quando missões chinesas foram ao Brasil e missões brasileiras vieram à China", disse.

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, acredita que a área energética é uma das que apresentam mais oportunidades de negócios entre os dois países.

O primeiro passo nessa direção será dado hoje com a assinatura de acordo de cooperação entre a Petrobras e a estatal chinesa de petróleo Sinopec.

Lula inaugurou ontem o escritório da Petrobras em Pequim e afirmou que, como o Brasil, a empresa chegou na China "para ficar". "A Petrobras é uma empresa genuinamente nacional que, cada vez mais, volta-se para o exterior. É um exemplo para as empresas brasileiras de como se pode integrar à globalização de forma competitiva", afirmou Lula.

Também hoje a Vale do Rio Doce fecha um acordo com a chinesa Chalco, uma das maiores produtoras de alumínio do país.

A ministra de Energia disse que espera ver a Sinopec participando ao lado da Petrobras da sexta rodada de licitação de áreas de exploração pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), em agosto.

Rousseff teve contatos com várias companhias chinesas que manifestaram interesse em investir no Brasil na produção de equipamentos para a indústria energética -incluindo gasodutos e geração de energia.

A ministra também lidera o lobby brasileiro para que a China adote
combustíveis alternativos, como o álcool e o biodiesel, produtos que o Brasil fabrica com vantagens tecnológicas. O lobby brasileiro incluirá a atuação do presidente Lula como "garoto propaganda" do álcool. Em Xangai, segunda etapa de sua viagem à China, Lula vai dirigir um Fiat flex-fuel, carro que usa tanto álcool como gasolina.

Ainda hoje serão assinados 11 acordos entre os dois países, que cobrem de investimentos a turismo. Lula e o presidente Hu Jintao também divulgarão um comunicado conjunto, documento no qual tornarão explícitas as posições comuns sobre temas relevantes do cenário internacional.
 

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