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24/05/2004
-
10h19
VINICIUS ALBUQUERQUE
da Folha Online
A viagem à China do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acontece em meio a um crescimento da pressão sobre seu governo, que pode estar levando a uma perda de controle da máquina política do Brasil. A afirmação, publicada hoje, é do site do jornal britânico "Financial Times".
Para o jornal, o governo vem colecionando maus resultados em uma série de frentes, desde o caso Waldomiro Diniz (ex-assessor do Planalto que foi exonerado em 13 de fevereiro após vir a público fita de 2002 em que negocia propina com um empresário do ramo de jogos, quando era presidente da Loterj --loteria do Rio) até a recente expulsão --depois revogada-- do jornalista Larry Rohter, do "New York Times", em razão da matéria em que dizia que o hábito de beber do presidente estaria se tornando motivo de preocupação.
Mas, segundo o jornal, o governo vem se saindo mal em "assuntos mais sérios". Na semana passada, o plenário da Câmara rejeitou o substitutivo à PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que previa a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Faltaram apenas cinco votos para que a proposta obtivesse os 308 necessários para a aprovação.
Com o resultado, o líder do governo no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que é contra a reeleição, venceu a disputa política contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que queriam a aprovação da PEC. Segundo o "FT", "ao não apoiar o atual detentor do cargo no Senado, o ex-presidente José Sarney, o governo se arriscou a perder um dos seus mais importantes aliados no poderoso PMDB e deverá contar no futuro com um Senado menos cooperador".
A conseqüência, para o diário britânico, pode "sair caro" para o governo. "Uma votação que deve ocorrer na semana que vem para ratificar um recente aumento do salário mínimo, de R$ 240 para R$ 260, deverá resultar em uma elevação maior do que aquela que o governo diz ser capaz de suportar."
Outra decisão errada, para o "FT", será uma eventual derrota da proposta de correção das tabelas do Imposto de Renda. "O governo tem procurado evitar esse aumento bloqueando a legislação, arriscando-se a comprometer ainda mais a sua popularidade."
A questão da tributação dos inativos também pode resultar em um golpe na popularidade do governo. "Também se acredita que seja iminente uma decisão do Supremo Tribunal Federal a respeito da legalidade de uma reforma da Previdência Social decretada no ano passado, que foi objeto de grande empenho do governo (...) Decisões anteriores do tribunal foram contrárias ao governo, e, desta vez, tudo pode acontecer."
Juntas, essas questões poderiam comprometer as finanças públicas, diz o "Financial Times". "Isso geraria ainda mais confusão nos mercados financeiros, onde já reina a preocupação com um aparente enfraquecimento da determinação governamental em manter as suas rígidas metas fiscais e inflacionárias."
Com agências internacionais
Governo brasileiro pode perder controle da máquina política, diz "FT"
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da Folha Online
A viagem à China do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acontece em meio a um crescimento da pressão sobre seu governo, que pode estar levando a uma perda de controle da máquina política do Brasil. A afirmação, publicada hoje, é do site do jornal britânico "Financial Times".
Para o jornal, o governo vem colecionando maus resultados em uma série de frentes, desde o caso Waldomiro Diniz (ex-assessor do Planalto que foi exonerado em 13 de fevereiro após vir a público fita de 2002 em que negocia propina com um empresário do ramo de jogos, quando era presidente da Loterj --loteria do Rio) até a recente expulsão --depois revogada-- do jornalista Larry Rohter, do "New York Times", em razão da matéria em que dizia que o hábito de beber do presidente estaria se tornando motivo de preocupação.
Mas, segundo o jornal, o governo vem se saindo mal em "assuntos mais sérios". Na semana passada, o plenário da Câmara rejeitou o substitutivo à PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que previa a reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado. Faltaram apenas cinco votos para que a proposta obtivesse os 308 necessários para a aprovação.
Com o resultado, o líder do governo no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que é contra a reeleição, venceu a disputa política contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), que queriam a aprovação da PEC. Segundo o "FT", "ao não apoiar o atual detentor do cargo no Senado, o ex-presidente José Sarney, o governo se arriscou a perder um dos seus mais importantes aliados no poderoso PMDB e deverá contar no futuro com um Senado menos cooperador".
A conseqüência, para o diário britânico, pode "sair caro" para o governo. "Uma votação que deve ocorrer na semana que vem para ratificar um recente aumento do salário mínimo, de R$ 240 para R$ 260, deverá resultar em uma elevação maior do que aquela que o governo diz ser capaz de suportar."
Outra decisão errada, para o "FT", será uma eventual derrota da proposta de correção das tabelas do Imposto de Renda. "O governo tem procurado evitar esse aumento bloqueando a legislação, arriscando-se a comprometer ainda mais a sua popularidade."
A questão da tributação dos inativos também pode resultar em um golpe na popularidade do governo. "Também se acredita que seja iminente uma decisão do Supremo Tribunal Federal a respeito da legalidade de uma reforma da Previdência Social decretada no ano passado, que foi objeto de grande empenho do governo (...) Decisões anteriores do tribunal foram contrárias ao governo, e, desta vez, tudo pode acontecer."
Juntas, essas questões poderiam comprometer as finanças públicas, diz o "Financial Times". "Isso geraria ainda mais confusão nos mercados financeiros, onde já reina a preocupação com um aparente enfraquecimento da determinação governamental em manter as suas rígidas metas fiscais e inflacionárias."
Com agências internacionais
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