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28/05/2004
-
07h25
da Folha de S.Paulo, no Rio
O passado aproximou dois adversários do presente. O ministro José Dirceu (Casa Civil) e o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, sentaram-se ontem lado a lado no lançamento do projeto "Memória do Movimento Estudantil", no Museu da República, no Rio, e cochicharam três vezes.
Dirceu e Serra se reencontraram na escada que dá acesso ao salão nobre do Palácio do Catete (sede do governo federal até 1960, hoje Museu da República). A troca de cumprimentos, diante de uma grande foto do presidente Lula, foi rápida e monossilábica. Dentro do salão, na mesa-redonda conduzida pelo jornalista William Waack, ambos arriscaram prognósticos sobre o movimento estudantil e lembraram os tempos de militância.
Serra era presidente da União Nacional dos Estudantes em 1964. Com o golpe, ele se exilou no Chile. Dirceu foi presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo e era candidato à presidência da UNE em 1968, quando foi preso em Ibiúna. Em 1969, foi expulso do Brasil.
Só no final de sua última intervenção, Serra fez uma referência velada a Lula. "Entender o Brasil de hoje é fundamental para mudar o Brasil de amanhã. E de uma vez por todas. Porque está muito difícil mudar", disse.
Também participaram da mesa-redonda, entre outros, o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, e o deputado Lindberg Farias (PT-RJ), ambos ex-presidentes da UNE. O senador Marco Maciel (PFL-PE) também participou do evento.
Serra afirmou que, em sua época, o movimento estudantil só pensava no futuro. "Não era época de ficar só fazendo balanço da classe. Era uma época em que se apontava para a frente e, evidentemente, tudo ficava mais fácil. Tínhamos a Revolução Cubana, que havia vencido o imperialismo a poucas milhas da costa americana, enfim, um processo grande de transformações. Sempre se achava que a mudança estava atrás da esquina."
Para Dirceu, o movimento estudantil não teve um papel apenas político nos anos 60, mas também cultural: "Só a repressão da ditadura impediu que nós tivéssemos, na verdade, uma segunda Semana de Arte Moderna, a partir da geração de 68. Muitos foram assassinados, mas nós estamos aqui para realizar os sonhos que eles tinham".
Dirceu ganhou uma bandeira e um boné da UNE. Ele não quis falar da ação de indenização por danos morais que move contra João Francisco Daniel, irmão de Celso Daniel, assassinado em 2002: "Só falo sobre movimento estudantil".
Movimento estudantil reúne Serra e Dirceu no Rio
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O passado aproximou dois adversários do presente. O ministro José Dirceu (Casa Civil) e o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, sentaram-se ontem lado a lado no lançamento do projeto "Memória do Movimento Estudantil", no Museu da República, no Rio, e cochicharam três vezes.
Dirceu e Serra se reencontraram na escada que dá acesso ao salão nobre do Palácio do Catete (sede do governo federal até 1960, hoje Museu da República). A troca de cumprimentos, diante de uma grande foto do presidente Lula, foi rápida e monossilábica. Dentro do salão, na mesa-redonda conduzida pelo jornalista William Waack, ambos arriscaram prognósticos sobre o movimento estudantil e lembraram os tempos de militância.
Serra era presidente da União Nacional dos Estudantes em 1964. Com o golpe, ele se exilou no Chile. Dirceu foi presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo e era candidato à presidência da UNE em 1968, quando foi preso em Ibiúna. Em 1969, foi expulso do Brasil.
Só no final de sua última intervenção, Serra fez uma referência velada a Lula. "Entender o Brasil de hoje é fundamental para mudar o Brasil de amanhã. E de uma vez por todas. Porque está muito difícil mudar", disse.
Também participaram da mesa-redonda, entre outros, o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, e o deputado Lindberg Farias (PT-RJ), ambos ex-presidentes da UNE. O senador Marco Maciel (PFL-PE) também participou do evento.
Serra afirmou que, em sua época, o movimento estudantil só pensava no futuro. "Não era época de ficar só fazendo balanço da classe. Era uma época em que se apontava para a frente e, evidentemente, tudo ficava mais fácil. Tínhamos a Revolução Cubana, que havia vencido o imperialismo a poucas milhas da costa americana, enfim, um processo grande de transformações. Sempre se achava que a mudança estava atrás da esquina."
Para Dirceu, o movimento estudantil não teve um papel apenas político nos anos 60, mas também cultural: "Só a repressão da ditadura impediu que nós tivéssemos, na verdade, uma segunda Semana de Arte Moderna, a partir da geração de 68. Muitos foram assassinados, mas nós estamos aqui para realizar os sonhos que eles tinham".
Dirceu ganhou uma bandeira e um boné da UNE. Ele não quis falar da ação de indenização por danos morais que move contra João Francisco Daniel, irmão de Celso Daniel, assassinado em 2002: "Só falo sobre movimento estudantil".
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