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29/05/2004 - 07h06

TVs condenam gasto de dinheiro público na criação de uma TV estatal

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ELVIRA LOBATO
da Folha de S.Paulo, no Rio

A criação de um canal estatal de TV para divulgar o Brasil no exterior foi criticada por executivos das redes Bandeirantes, SBT e Record. A Globo não se manifestou. A minuta do decreto autorizando a criação da TV Pública Internacional do Brasil, conforme revelou ontem a Folha, está pronta para ser assinada pelo presidente.

O presidente da UniTV (que representa as emissoras das redes Bandeirantes e SBT), Antonio Teles, considerou "inconveniente" e "temeroso" gastar dinheiro público com mais um canal estatal. Para ele, o canal poderia ser criado sem o envolvimento direto do Estado. Ele sugere que um conselho de notáveis seja encarregado de escolher a programação, montada a partir de conteúdos cedidos por TVs privadas e educativas.

"Poderíamos montar uma grade de programação com o que há de melhor nas emissoras, sem necessidade de gastos por parte do governo", disse Teles, que é consultor da Bandeirantes. A TV pública tem orçamento autorizado de R$ 10,3 milhões para este ano. O canal será criado pela Radiobrás, pelo Senado, pela Câmara e pelo Supremo Tribunal Federal.

O diretor comercial do SBT, Antonio Athayde, diz que há risco de o governo gastar dinheiro com o canal e não conseguir distribuí-lo no exterior. Segundo ele, a Globo e a Record possuem canais internacionais porque as redes de TV por assinatura têm interesse em distribuir programação comercial: "Eu me pergunto se elas terão interesse em distribuir um canal estatal e se os brasileiros residentes no exterior vão querer pagar para assisti-lo, porque a assinatura de canais étnicos é mais cara do que a de canais comerciais", disse.

O presidente da Record, Dennis Munhoz, diz que TV não deveria ser prioridade de um governo com tantos desafios nas áreas social e econômica: "A TV brasileira já está no exterior. A Globo e a Record têm canais internacionais".

O presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci, disse que o decreto cria um conselho gestor, com responsabilidade de definir o perfil do canal estatal: "A idéia é trabalhar em parceria com produtores independentes e com emissoras de TV no Brasil e no exterior para a troca de conteúdos".
 

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