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12/09/2000 - 12h12

Erundina acusa PT de atrair pedetistas

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SÍLVIA CORRÊA
da Folha de S.Paulo

A deputada federal Luiza Erundina, candidata do PSB à Prefeitura de São Paulo, acusou ontem o coordenador-geral da campanha de Marta Suplicy (PT) de oferecer benefícios a candidatos à Câmara Municipal em troca do apoio dos mesmos à candidatura petista.

A oferta, segundo Erundina, foi feita por Rui Falcão a quatro candidatos do PDT. O PDT é um dos quatro partidos que integram a coligação "São Paulo Somos Nós" ao lado do PSB, do PPS e do PMN. É a coligação que sustenta a candidatura de Erundina. O coordenador petista nega a acusação.

"O Rui Falcão recebeu os quatro lá para negociar qual era o preço do apoio deles. Queriam dinheiro. Ele disse: 'Não, dinheiro não tem agora, mas 150 mil panfletos para cada um'. Era para eles fazerem a campanha deles. Isso é o coordenador da Marta. Isso não é ético", disse Erundina após uma conversa de mais de duas horas com membros da diretoria da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

De acordo com a candidata, a informação lhe foi dada por uma pessoa que esteve na reunião.

Desde a semana passada, dois candidatos a vereador pelo PDT declaram publicamente que estão deixando a campanha de Erundina ruma à candidatura de Marta.

De acordo com os candidatos a vereador Anselmo Farias e Gilberto Lara, o número poderá chegar a 20 dos 42 candidatos da legenda, "se o partido não promover uma caça às bruxas". Até ontem, porém, os demais não haviam assinado o manifesto preparado por Farias e Lara.

O PDT reagiu às declarações dos filiados e mandou abrir uma investigação contra quatro candidatos na comissão de ética do partido, que deve se reunir hoje. De acordo com o presidente municipal do PDT paulistano, Eliseu Gabriel, eles devem ser expulsos da legenda e até fora das eleições.

Além de Farias e Lara, Alexandre Giacon e Vânia Malavasi são alvo da investigação. Mas os dois últimos registraram na Justiça Eleitoral um repúdio à dissidência e reiteraram apoio a Erundina.

Os líderes dos dissidentes _Farias e Lara_ confirmam que eles, com cerca de 18 candidatos do PDT, estiveram com Falcão há cerca de um mês e meio e conversaram sobre a possibilidade de apoio a Marta, mas negam ter recebido promessa de ajuda.

Apesar de considerar "pouco ética" a postura petista, Erundina reiterou que, se não chegar ao segundo turno, dará apoio a Marta.

"Ela já andou dizendo que não precisa, que ganhará no primeiro turno. Não se dá apoio para quem não quer. Mas, do ponto de vista do meu compromisso, da minha história política, não dá para pensar em outro apoio a não ser à Marta. Eu tenho dito, mas ela tem sido arrogante, prepotente, nada humilde. Mas eu não faço política pensando em relações pessoais", disse Erundina, descartando eventual apoio ao candidato tucano Geraldo Alckmin.

Na conversa com os empresários da Fiesp, Erundina foi insistente ao dizer que cometeu vários erros durante sua gestão e que, se eleita, não vai repeti-los.

"É necessário reconhecer acertos e erros. Em uma próxima gestão, cometeria outros, mas não os mesmo, porque já aprendi."

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