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31/05/2004 - 06h47

Disputa será teste para PT em grandes centros

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FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

As eleições municipais de 3 de outubro serão um teste para o PT manter a hegemonia que conquistou em 2000 nos principais centros urbanos do país. Das 236 cidades com mais de 100 mil habitantes, os petistas têm o comando de 55. Nessas, devem disputar a reeleição em 40 municípios.

Nenhum partido tem mais prefeitos que o PT nas cidades médias e grandes. Os 236 municípios com mais de 100 mil habitantes representam um pouco mais da metade (50,1%) de toda a população brasileira.

Segundo dados de março divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o Brasil terá eleições para prefeito, neste ano, em 5.569 cidades.

O segundo partido em cidades médias e grandes é o PSDB, com 40 prefeitos governando 10,9 milhões de habitantes nos 236 municípios com população acima de 100 mil. Ainda assim, como o PT comanda São Paulo, a população sob a égide de administrações petistas é muito maior nesse universo: 32,1 milhões.

As disputas municipais de outubro também servirão para o PT confirmar --ou não-- o avanço do partido no interior no país. Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente, em 2002, a sigla conseguiu a maior votação de sua história. Foram quase 52,8 milhões de votos, que representaram 61,27% no segundo turno.

Porém, o número de prefeituras do PT ainda é mais modesto do que o de outras siglas tradicionais. Em 2000, o partido ficou com 187 cidades, contra 1.257 do PMDB, 1.029 do PFL e 990 do PSDB.

Até o final do ano passado, os petistas estavam otimistas. "Acho possível que o PT eleja uns 800 prefeitos", disse o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), em novembro.

No início deste ano, o secretário de Finanças e Planejamento (tesoureiro) do PT, Delúbio Soares, baixou a previsão para 600 prefeituras. Em março, Sílvio Pereira, hoje secretário-geral do PT, fez uma nova desidratação na estimativa: "Nunca cheguei a um número acima de 400 prefeitos".

Agora, Soares desistiu de fazer previsões objetivas. "Serão eleitos 187 prefeitos mais uns", brinca. Por que esse recuo nos números? "A realidade vai amadurecendo a gente", diz.

Congresso

Além do teste para o PT nos grandes centros, as eleições municipais também podem representar uma renovação do Congresso Nacional. Até agora, 95 deputados e 5 senadores mantêm a intenção de se lançarem candidatos.

Quando um congressista se elege prefeito, antes de tomar posse na sua cidade, tem de renunciar em Brasília ao mandato de deputado ou senador. No seu lugar, assume o suplente eleito em 2002.

É possível que esse número de pré-candidatos acabe sendo reduzido. Há três meses, 132 congressistas se declaravam interessados em se candidatar, conforme mostrou a Folha em fevereiro. Desses, 32 já desistiram.

Dentro da Câmara e do Senado, a previsão é que pelo menos cerca de 70 deputados acabem entrando no pleito de outubro.
Um levantamento detalhado dos congressistas que se declaram pré-candidatos, preparado pela consultoria Patri Relações Governamentais & Políticas Públicas (www.patri.com.br), mostra que o PT é o partido com mais deputados interessados nas eleições.

Dos 90 deputados federais petistas, 18 (20%) devem ser candidatos. Inclusive a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que disputará o cargo de vice-prefeita em Porto Alegre. Segundo a direção da sigla, todos os 18 devem manter suas candidaturas. A senadora Ana Júlia Carepa (PT-PA) deve tentar a Prefeitura de Belém.

Atrás do PT, mas bem perto em número de interessados no pleito de outubro, estão o PMDB (17 deputados candidatos a prefeito) e PTB (13 candidatos). No caso dessas siglas, é mais difícil fazer uma previsão de quantos de fato vão concorrer, porque as decisões ainda não estão em estágio tão adiantado como no PT.

Mesmo que a maioria dos 95 deputados acabe entrando na disputa eleitoral, é impossível que todos saiam vencedores --muitos disputam o cargo de prefeito na mesma cidade. Num cenário de grande renovação, cerca de 40 a 50 congressistas serão eleitos em outubro. No Câmara, isso representará uma renovação de até 10% das 513 cadeiras da Casa.
 

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