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07/06/2004
-
21h08
PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
Quatro estrangeiros que estão no Brasil para investigar denúncias de violação de direitos humanos no campo e avaliar a reforma agrária do governo Lula, além de um representante da CPT (Comissão Pastoral da Terra), podem ter sido vítimas de "tentativa de homicídio ou crime de ameaça", hoje, no norte de Minas Gerais.
Eles voltavam de uma inspeção na fazenda Sanharó, na região de Montes Claros, invadida pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em 2002 --já existe decreto de desapropriação da área. Quando passavam em frente à fazenda Canoas, vizinha da Sanharó, pararam para averiguar e fotografar a presença de uma suposta milícia armada. Teriam sido recebidos a tiros por três seguranças.
O representante da CPT Paulo Roberto Faccion e os estrangeiros registraram um boletim de ocorrência na delegacia de Montes Claros e seguiram viagem para Brasília. Foi baseado no boletim de ocorrência que o delegado Célio Gomes afirmou à Agência Folha que a investigação vai ocorrer considerando tentativa de homicídio ou ameaça.
Os seguranças teriam disparado dois tiros contra o Fusca que conduzia os estrangeiros. Os tiros não acertaram o carro e ninguém ficou ferido.
A belga Priscilla Claeys e a sueca Jennie Jonsen, que integram a Fian (Organização Internacional pelos Direitos Humanos à Alimentação), e o nicaragüense Ramiro Tellez e a guatemalteca Rose Maria Tzul, da Via Campesina, uma uma rede internacional das organizações de trabalhadores rurais, estavam havia três dias no norte de Minas.
Doze ativistas das duas organizações estão no Brasil há 15 dias fazendo as avaliações. Os relatórios serão entregues à ONU (Organização das Nações Unidas).
A CPT distribuiu nota na qual classifica o episódio como "tentativa de homicídio". A Agência Folha não conseguiu localizar os proprietários da fazenda Canoas. O telefone dos advogados dos donos da fazenda já não atendeu no início da noite.
A região de Montes Claros é uma das que tem mais denúncias de milícias armadas. Várias audiências públicas já foram realizadas na cidade com fazendeiros, Ministério Público, entidades de direitos humanos e órgãos oficiais ligados à questão da terra. A próxima será na quarta-feira.
Estrangeiros que investigam denúncias são recebidos a tiros em MG
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da Agência Folha, em Belo Horizonte
Quatro estrangeiros que estão no Brasil para investigar denúncias de violação de direitos humanos no campo e avaliar a reforma agrária do governo Lula, além de um representante da CPT (Comissão Pastoral da Terra), podem ter sido vítimas de "tentativa de homicídio ou crime de ameaça", hoje, no norte de Minas Gerais.
Eles voltavam de uma inspeção na fazenda Sanharó, na região de Montes Claros, invadida pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em 2002 --já existe decreto de desapropriação da área. Quando passavam em frente à fazenda Canoas, vizinha da Sanharó, pararam para averiguar e fotografar a presença de uma suposta milícia armada. Teriam sido recebidos a tiros por três seguranças.
O representante da CPT Paulo Roberto Faccion e os estrangeiros registraram um boletim de ocorrência na delegacia de Montes Claros e seguiram viagem para Brasília. Foi baseado no boletim de ocorrência que o delegado Célio Gomes afirmou à Agência Folha que a investigação vai ocorrer considerando tentativa de homicídio ou ameaça.
Os seguranças teriam disparado dois tiros contra o Fusca que conduzia os estrangeiros. Os tiros não acertaram o carro e ninguém ficou ferido.
A belga Priscilla Claeys e a sueca Jennie Jonsen, que integram a Fian (Organização Internacional pelos Direitos Humanos à Alimentação), e o nicaragüense Ramiro Tellez e a guatemalteca Rose Maria Tzul, da Via Campesina, uma uma rede internacional das organizações de trabalhadores rurais, estavam havia três dias no norte de Minas.
Doze ativistas das duas organizações estão no Brasil há 15 dias fazendo as avaliações. Os relatórios serão entregues à ONU (Organização das Nações Unidas).
A CPT distribuiu nota na qual classifica o episódio como "tentativa de homicídio". A Agência Folha não conseguiu localizar os proprietários da fazenda Canoas. O telefone dos advogados dos donos da fazenda já não atendeu no início da noite.
A região de Montes Claros é uma das que tem mais denúncias de milícias armadas. Várias audiências públicas já foram realizadas na cidade com fazendeiros, Ministério Público, entidades de direitos humanos e órgãos oficiais ligados à questão da terra. A próxima será na quarta-feira.
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