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11/06/2004
-
06h48
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal vai abrir seis novos inquéritos para dar continuidade às investigações sobre fraudes nas compras de medicamentos pelo Ministério da Saúde --a chamada Operação Vampiro. Três deles terão como alvo órgãos federais, pois as apurações revelaram que o grupo também agia em outras autarquias da União.
A polícia não informou quais serão os órgãos investigados, mas existem indícios de irregularidades em licitações tanto na administração pública federal quanto na estadual e até na municipal.
No início da próxima semana, a PF deve concluir o inquérito sobre as fraudes no ministério, no qual 17 empresários, lobistas e servidores, presos pela Operação Vampiro em maio, foram indiciados por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Daí caberá ao Ministério Público, com base no relatório da PF, denunciar os acusados à Justiça.
Ainda não há um cálculo fechado sobre o prejuízo causado pelas fraudes aos cofres públicos. Estima-se que, de 1997 a 2002, esse valor ultrapasse os R$ 120 milhões.
Segundo a PF, a Operação Vampiro, que contou com o trabalho de 30 policiais na sua parte investigativa, em curso desde junho do ano passado, custou R$ 400 mil.
Está em curso um cruzamento dos dados levantados na investigação com as informações apresentadas pelo grupo acusado de praticar fraudes na Saúde à Receita Federal. A expectativa é que a comparação desencadeie ações fiscais por sonegação.
Um dos investigados, Luiz Cláudio Gomes da Silva, que era coordenador-geral de Recursos Logísticos do Ministério da Saúde, por exemplo, disse em depoimento que por "bobagem" ou "esquecimento" não declarou à Receita recursos que recebeu com serviços de consultoria que teria prestado. A PF apreendeu no apartamento dele, em Recife, R$ 250 mil. À Receita, declarou rendimentos de R$ 46 mil em 2003.
"Offshores"
Lobistas e empresários acusados de fraudar compras de medicamentos no Ministério da Saúde usaram "offshores" --empresas com sede em paraísos fiscais-- para movimentar milhões de dólares. As operações, que estão sob investigação da PF e do Ministério Público na Operação Vampiro, representam indícios de lavagem de dinheiro, segundo a PF.
Até o momento, já foram identificadas quatro offshores, todas com sede no Uruguai. O proprietário de duas delas --Fargin S/A e Southwest Trade--, conforme a investigação, é o empresário Jaisler Jabour de Alvarenga.
O advogado de Jabour, Felipe Amodeo, disse anteontem que, por ora, quaisquer acusações relacionadas a seu cliente e à família dele "são notícias de imprensa".
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre a Operação Vampiro
PF vai abrir mais 6 inquéritos e investigar outros 3 órgãos
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A Polícia Federal vai abrir seis novos inquéritos para dar continuidade às investigações sobre fraudes nas compras de medicamentos pelo Ministério da Saúde --a chamada Operação Vampiro. Três deles terão como alvo órgãos federais, pois as apurações revelaram que o grupo também agia em outras autarquias da União.
A polícia não informou quais serão os órgãos investigados, mas existem indícios de irregularidades em licitações tanto na administração pública federal quanto na estadual e até na municipal.
No início da próxima semana, a PF deve concluir o inquérito sobre as fraudes no ministério, no qual 17 empresários, lobistas e servidores, presos pela Operação Vampiro em maio, foram indiciados por formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Daí caberá ao Ministério Público, com base no relatório da PF, denunciar os acusados à Justiça.
Ainda não há um cálculo fechado sobre o prejuízo causado pelas fraudes aos cofres públicos. Estima-se que, de 1997 a 2002, esse valor ultrapasse os R$ 120 milhões.
Segundo a PF, a Operação Vampiro, que contou com o trabalho de 30 policiais na sua parte investigativa, em curso desde junho do ano passado, custou R$ 400 mil.
Está em curso um cruzamento dos dados levantados na investigação com as informações apresentadas pelo grupo acusado de praticar fraudes na Saúde à Receita Federal. A expectativa é que a comparação desencadeie ações fiscais por sonegação.
Um dos investigados, Luiz Cláudio Gomes da Silva, que era coordenador-geral de Recursos Logísticos do Ministério da Saúde, por exemplo, disse em depoimento que por "bobagem" ou "esquecimento" não declarou à Receita recursos que recebeu com serviços de consultoria que teria prestado. A PF apreendeu no apartamento dele, em Recife, R$ 250 mil. À Receita, declarou rendimentos de R$ 46 mil em 2003.
"Offshores"
Lobistas e empresários acusados de fraudar compras de medicamentos no Ministério da Saúde usaram "offshores" --empresas com sede em paraísos fiscais-- para movimentar milhões de dólares. As operações, que estão sob investigação da PF e do Ministério Público na Operação Vampiro, representam indícios de lavagem de dinheiro, segundo a PF.
Até o momento, já foram identificadas quatro offshores, todas com sede no Uruguai. O proprietário de duas delas --Fargin S/A e Southwest Trade--, conforme a investigação, é o empresário Jaisler Jabour de Alvarenga.
O advogado de Jabour, Felipe Amodeo, disse anteontem que, por ora, quaisquer acusações relacionadas a seu cliente e à família dele "são notícias de imprensa".
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