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15/06/2004
-
21h01
>MARI TORTATO
da Agência Folha, em Curitiba
O presidente do PSDB nacional e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse hoje, em Curitiba, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva governa com dois discursos. "É o duplifalar", afirmou Serra --fazendo uma adaptação do termo "duplipensar", usado por George Orwell no romance "1984". "Lula fala, mas seu governo está mais próximo do FMI [Fundo Monetário Internacional] do que foi o governo do Fernando Henrique", disse.
Serra fez a crítica ao responder a uma pergunta sobre como via a tese de um novo Plano Marshall para países pobres, defendida pelo presidente Lula anteontem, na 11ª Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), em São Paulo.
O presidente tucano apontou a iniciativa do atual governo em procurar o FMI para contrair novos empréstimos, "sem que estivesse precisando", como exemplo da afinidade com o Fundo.
"Ele [Lula] faz os dois discursos como se ninguém fosse fazer a ligação entre um e outro, depois", afirmou Serra. Ele disse que as políticas fundiária e para as cidades do atual governo são provas do "muito falar" que não estaria se concretizando. "De resto, [o discurso do presidente ] é retórica", afirmou.
O ex-ministro do Planejamento e da Saúde no governo FHC e candidato derrotado por Lula no segundo turno da eleição de 2002 à Presidência da República fez ontem, em Curitiba, palestra sobre formas de retomada do desenvolvimento, como convidado do sindicato da indústria da construção civil do Paraná.
Ele voltou a condenar o modelo econômico adotado no governo petista --"agenda velha, que não funciona"--, cobrou as mudanças prometidas e comparou a economia brasileira "ao círculo vicioso do cachorro que corre atrás do rabo, mas que não consegue morder nunca". Para ele, os juros, o superávit primário e a carga tributária são mantidos em um estágio "sideral".
Serra também defendeu a desindexação dos preços internos do petróleo do mercado internacional. "A vantagem de produzir petróleo é a desindexação", afirmou. Ele disse considerar injustificável que a Petrobras tenha obtido lucro superior à soma do lucro dos quatro maiores bancos privados, no ano passado.
Mesmo com as críticas, Serra disse acreditar que, a curto prazo, "a situação melhora um pouco". Ele encerrou a palestra dizendo que a eleição de petista trouxe a vantagem de mostrar que, no poder, o partido "não está acima do bem e do mal" e que não executou as mudanças prometidas na campanha porque, para isso, "seria preciso saber fazer".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o embate entre o PSDB e o PT
Serra diz que Lula tem duplo discurso
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da Agência Folha, em Curitiba
O presidente do PSDB nacional e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, José Serra, disse hoje, em Curitiba, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva governa com dois discursos. "É o duplifalar", afirmou Serra --fazendo uma adaptação do termo "duplipensar", usado por George Orwell no romance "1984". "Lula fala, mas seu governo está mais próximo do FMI [Fundo Monetário Internacional] do que foi o governo do Fernando Henrique", disse.
Serra fez a crítica ao responder a uma pergunta sobre como via a tese de um novo Plano Marshall para países pobres, defendida pelo presidente Lula anteontem, na 11ª Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento), em São Paulo.
O presidente tucano apontou a iniciativa do atual governo em procurar o FMI para contrair novos empréstimos, "sem que estivesse precisando", como exemplo da afinidade com o Fundo.
"Ele [Lula] faz os dois discursos como se ninguém fosse fazer a ligação entre um e outro, depois", afirmou Serra. Ele disse que as políticas fundiária e para as cidades do atual governo são provas do "muito falar" que não estaria se concretizando. "De resto, [o discurso do presidente ] é retórica", afirmou.
O ex-ministro do Planejamento e da Saúde no governo FHC e candidato derrotado por Lula no segundo turno da eleição de 2002 à Presidência da República fez ontem, em Curitiba, palestra sobre formas de retomada do desenvolvimento, como convidado do sindicato da indústria da construção civil do Paraná.
Ele voltou a condenar o modelo econômico adotado no governo petista --"agenda velha, que não funciona"--, cobrou as mudanças prometidas e comparou a economia brasileira "ao círculo vicioso do cachorro que corre atrás do rabo, mas que não consegue morder nunca". Para ele, os juros, o superávit primário e a carga tributária são mantidos em um estágio "sideral".
Serra também defendeu a desindexação dos preços internos do petróleo do mercado internacional. "A vantagem de produzir petróleo é a desindexação", afirmou. Ele disse considerar injustificável que a Petrobras tenha obtido lucro superior à soma do lucro dos quatro maiores bancos privados, no ano passado.
Mesmo com as críticas, Serra disse acreditar que, a curto prazo, "a situação melhora um pouco". Ele encerrou a palestra dizendo que a eleição de petista trouxe a vantagem de mostrar que, no poder, o partido "não está acima do bem e do mal" e que não executou as mudanças prometidas na campanha porque, para isso, "seria preciso saber fazer".
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