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17/06/2004
-
06h31
EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) rotulou ontem de "paranóia" a versão da bancada ruralista do Congresso de que entidades ligadas ao movimento utilizam dinheiro público para promover e custear invasões de terra.
Anteontem, a CPI da Terra aprovou a quebra dos sigilos fiscal e bancário das duas principais entidades ligadas ao MST, a Anca (Associação Nacional de Cooperação Agrícola) e a Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil).
A intenção da CPI, em princípio, era vasculhar as contas do MST, mas o movimento, criado em 1984, não existe juridicamente, uma forma que os sem-terra encontraram para escapar de eventuais intervenções federais.
"A extrema direita está utilizando a CPI para fazer luta política e ideológica contra o governo e o MST. Todas essas forças estão utilizando de prerrogativas ideológicas", disse ontem João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do movimento.
Na sessão de anteontem da CPI, a bancada ruralista conseguiu reprovar os requerimentos que pediam quebras semelhantes na UDR (União Democrática Ruralista) e na CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Segundo o coordenador do MST, trata-se de uma "paranóia" traçar um paralelo entre as invasões de terra e os repasses do governo às entidades que tiveram seus sigilos quebrados, como apontaram ontem deputados e senadores ligados à bancada ruralista --chamada assim pela defesa de interesses dos fazendeiros.
"A preocupação de todos os integrantes do MST é que essa CPI pode perder a sua legitimidade e deixar de mostrar à sociedade os graves problemas agrários do país", disse Rodrigues.
Ontem, a direção da Anca, com sede em São Paulo, divulgou nota sobre o tema, na qual afirma que foi "surpreendida" pelo pedido de quebra de seus sigilos.
"Todos os nossos convênios com a União estão dentro dos parâmetros legais e podem ser acompanhados até mesmo pela internet, não havendo nenhuma mácula que possa desmerecer nosso trabalho", diz a nota.
Os balanços da Anca são entregues periodicamente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), segundo a entidade.
Ontem, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da comissão, enviou ofício ao Banco Central e à Receita Federal pedindo as quebras dos sigilos. Não há prazo para resposta. Dias pediu ainda ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), presidente da CPI do Banestado, todo o tipo de informação sobre a Anca que conste na documentação da comissão, como operações financeiras e investimentos em títulos.
Especial
Veja o que foi publicado sobre a CPI da Terra
MST vê "paranóia" e uso de CPI para atingir o governo
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) rotulou ontem de "paranóia" a versão da bancada ruralista do Congresso de que entidades ligadas ao movimento utilizam dinheiro público para promover e custear invasões de terra.
Anteontem, a CPI da Terra aprovou a quebra dos sigilos fiscal e bancário das duas principais entidades ligadas ao MST, a Anca (Associação Nacional de Cooperação Agrícola) e a Concrab (Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil).
A intenção da CPI, em princípio, era vasculhar as contas do MST, mas o movimento, criado em 1984, não existe juridicamente, uma forma que os sem-terra encontraram para escapar de eventuais intervenções federais.
"A extrema direita está utilizando a CPI para fazer luta política e ideológica contra o governo e o MST. Todas essas forças estão utilizando de prerrogativas ideológicas", disse ontem João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do movimento.
Na sessão de anteontem da CPI, a bancada ruralista conseguiu reprovar os requerimentos que pediam quebras semelhantes na UDR (União Democrática Ruralista) e na CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Segundo o coordenador do MST, trata-se de uma "paranóia" traçar um paralelo entre as invasões de terra e os repasses do governo às entidades que tiveram seus sigilos quebrados, como apontaram ontem deputados e senadores ligados à bancada ruralista --chamada assim pela defesa de interesses dos fazendeiros.
"A preocupação de todos os integrantes do MST é que essa CPI pode perder a sua legitimidade e deixar de mostrar à sociedade os graves problemas agrários do país", disse Rodrigues.
Ontem, a direção da Anca, com sede em São Paulo, divulgou nota sobre o tema, na qual afirma que foi "surpreendida" pelo pedido de quebra de seus sigilos.
"Todos os nossos convênios com a União estão dentro dos parâmetros legais e podem ser acompanhados até mesmo pela internet, não havendo nenhuma mácula que possa desmerecer nosso trabalho", diz a nota.
Os balanços da Anca são entregues periodicamente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), segundo a entidade.
Ontem, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente da comissão, enviou ofício ao Banco Central e à Receita Federal pedindo as quebras dos sigilos. Não há prazo para resposta. Dias pediu ainda ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), presidente da CPI do Banestado, todo o tipo de informação sobre a Anca que conste na documentação da comissão, como operações financeiras e investimentos em títulos.
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