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18/06/2004
-
06h00
IURI DANTAS
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam a participação de dois subprocuradores-gerais da República, dois juízes federais, três políticos e um assessor de senador na rede de proteção ao empresário Law Kim Chong, apontado como maior contrabandista do país, que hoje está preso em Brasília.
Os nomes foram citados em conversas pelo despachante Pedro Lindolfo Sarlo, preso sob acusação de cumplicidade com Law Kim Chong para subornar o presidente da CPI da Pirataria, deputado federal Luiz Antônio de Medeiros (PL-SP). Também há indícios de ligação do empresário com os suspeitos em material apreendido em São Paulo.
Chong e Sarlo foram detidos pela PF em São Paulo em 1º de junho, acusados de tentar corromper com US$ 2 milhões o presidente da CPI da Pirataria, deputado federal Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP), autor da denúncia. A CPI vinha investigando o envolvimento do empresário, que controla 600 lojas em três shoppings populares de São Paulo, com o contrabando e venda de produtos pirateados, fabricados no Brasil, na China e no Paraguai.
Brasileiro de origem chinesa, Law Kim Chong movimentaria R$ 50 milhões para manter uma rede de proteção a seus negócios.
Depoimento
Em depoimento à PF, Sarlo confessou a participação no esquema. Sua advogada, que em entrevistas afirma que Medeiros foi o autor da extorsão, não foi localizada ontem pela Folha. Chong preferiu manifestar-se apenas em juízo. Seu advogado não respondeu aos recados da reportagem. Em entrevista na semana passada, ele negou prática de contrabando.
Ainda não se sabe se o senador, cujo assessor é citado na investigação, participava da rede de proteção a Chong. A PF e o Ministério Público possuem material de áudio e vídeo em que o funcionário utiliza o nome do congressista, mas não há provas de que o parlamentar tivesse ciência disso.
Ontem o delegado Protógenes Queiroz, que preside o inquérito sobre a tentativa de suborno, entregou seu relatório ao procurador Eduardo Pedrosa, de São Paulo, que deverá denunciar o empresário à Justiça até quarta-feira. Agora, a PF vai abrir dois novos inquéritos para descortinar ligações de Chong com as autoridades que o protegiam. Durante as negociações de Sarlo com o presidente do CPI, o despachante entregou ao seu contato um telefone celular supostamente fornecido por um agente da Abin.
O primeiro será conduzido sob supervisão do Tribunal Regional Federal de São Paulo, para apurar o envolvimento de juízes federais. O objetivo do segundo é mapear a rede de policiais civis de São Paulo, parlamentares, funcionários da Receita Federal, agentes da Agência Brasileira de Inteligência, funcionários de bancos, casas de câmbio e instituições financeiras e servidores públicos estaduais.
Especial
Arquivo: veja o que já foi publicado sobre o empresário Law Kin Chong
PF vê ligação de empresário chinês com juízes e políticos
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam a participação de dois subprocuradores-gerais da República, dois juízes federais, três políticos e um assessor de senador na rede de proteção ao empresário Law Kim Chong, apontado como maior contrabandista do país, que hoje está preso em Brasília.
Os nomes foram citados em conversas pelo despachante Pedro Lindolfo Sarlo, preso sob acusação de cumplicidade com Law Kim Chong para subornar o presidente da CPI da Pirataria, deputado federal Luiz Antônio de Medeiros (PL-SP). Também há indícios de ligação do empresário com os suspeitos em material apreendido em São Paulo.
Chong e Sarlo foram detidos pela PF em São Paulo em 1º de junho, acusados de tentar corromper com US$ 2 milhões o presidente da CPI da Pirataria, deputado federal Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP), autor da denúncia. A CPI vinha investigando o envolvimento do empresário, que controla 600 lojas em três shoppings populares de São Paulo, com o contrabando e venda de produtos pirateados, fabricados no Brasil, na China e no Paraguai.
Brasileiro de origem chinesa, Law Kim Chong movimentaria R$ 50 milhões para manter uma rede de proteção a seus negócios.
Depoimento
Em depoimento à PF, Sarlo confessou a participação no esquema. Sua advogada, que em entrevistas afirma que Medeiros foi o autor da extorsão, não foi localizada ontem pela Folha. Chong preferiu manifestar-se apenas em juízo. Seu advogado não respondeu aos recados da reportagem. Em entrevista na semana passada, ele negou prática de contrabando.
Ainda não se sabe se o senador, cujo assessor é citado na investigação, participava da rede de proteção a Chong. A PF e o Ministério Público possuem material de áudio e vídeo em que o funcionário utiliza o nome do congressista, mas não há provas de que o parlamentar tivesse ciência disso.
Ontem o delegado Protógenes Queiroz, que preside o inquérito sobre a tentativa de suborno, entregou seu relatório ao procurador Eduardo Pedrosa, de São Paulo, que deverá denunciar o empresário à Justiça até quarta-feira. Agora, a PF vai abrir dois novos inquéritos para descortinar ligações de Chong com as autoridades que o protegiam. Durante as negociações de Sarlo com o presidente do CPI, o despachante entregou ao seu contato um telefone celular supostamente fornecido por um agente da Abin.
O primeiro será conduzido sob supervisão do Tribunal Regional Federal de São Paulo, para apurar o envolvimento de juízes federais. O objetivo do segundo é mapear a rede de policiais civis de São Paulo, parlamentares, funcionários da Receita Federal, agentes da Agência Brasileira de Inteligência, funcionários de bancos, casas de câmbio e instituições financeiras e servidores públicos estaduais.
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