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19/06/2004
-
07h34
ANDRÉA MICHAEL
EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal apresentou ontem à Justiça Federal em Brasília o relatório do inquérito relacionado à Operação Vampiro e informou que abrirá pelo menos cinco novos inquéritos, nos quais serão investigadas possíveis fraudes em licitações no Exército, na Infraero, na Petrobras, nos Correios e no INSS.
O documento indicia 18 lobistas, empresários e servidores do Ministério da Saúde por corrupção ativa e passiva, fraude em licitação e formação de quadrilha. A PF não diz quais seriam as fraudes nos outros órgãos federais.
Os indícios de irregularidades surgiram das escutas telefônicas de 17 pessoas. Outros elementos foram colhidos nos depoimentos dos lobistas, dos empresários e dos servidores presos no dia 19 de maio, quando deflagrada a Operação Vampiro, cujo foco inicial era investigar fraudes no Ministério da Saúde.
Parte dos órgãos que serão investigados está citada no depoimento do lobista Francisco Danúbio Honorato, um dos indiciados. Ele disse aos investigadores que fora contratado por Jaisler Jabour --também indiciado-- para divulgar, a órgãos públicos, "um projeto denominado Cesta Básica". Já teria feito contatos com o Senado, os Correios, a Saúde, a Infraero e a BR Distribuidora.
Os acusados foram enquadrados pela PF em pelo menos um dos quatro crimes apontados no relatório por causa de suposta participação em prática de fraude em quatro licitações realizadas pelo Ministério da Saúde.
Referem-se a compra de insulina (R$ 127 milhões), aquisição em caráter emergencial de medicamentos para vítimas de enchentes (R$ 5,1 milhões), duas licitações internacionais de hemoderivados (cerca de R$ 100 milhões) e uma negociação entre a Saúde e uma empresa chamada Tropical Trade no valor de R$ 130 mil.
Nesta semana, a PF iniciou os depoimentos de representantes de laboratórios. O primeiro a depor foi Sergio Norschang, da Novonordisk, fornecedora de insulina. Entre os indiciados, além de Jabour e Honorato, estão os lobistas e representantes de laboratórios Lourenço Peixoto, Laerte Corrêa Júnior, Eduardo Pedrosa, Marcelo Pitta e Lino Florentino (Novonordisk).
Há seis servidores e ex-servidores do ministério indiciados, entre os quais Luiz Cláudio Gomes da Silva, que ocupava o cargo de coordenador-geral de Recursos Logísticos, e Manoel Braga Neto, um de seus assessores.
A Justiça encaminhará o relatório da PF ao Ministério Público.
Na continuidade das apurações, a Polícia Federal ouvirá o secretário nacional de Finanças do PT, Delúbio Soares, citado no depoimento do lobista Honorato.
Exército
Diálogos interceptados pela PF com autorização da Justiça registram o relacionamento entre Romeu de Amorim, lobista preso na Operação Vampiro, com um coronel do Exército responsável por comissão de licitações da pasta.
Amorim teria pago R$ 6.000 ao oficial durante um processo de licitação para compra de tecidos pelo ministério no ano passado.
O lobista é dono de uma fábrica de tecidos e foi o vencedor da concorrência. Em depoimento, Amorim explicou que o dinheiro dizia respeito a uma dívida antiga.
Segundo investigadores, Amorim é amigo do coronel. A PF vai abrir novo inquérito para investigar o caso na próxima semana.
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EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A Polícia Federal apresentou ontem à Justiça Federal em Brasília o relatório do inquérito relacionado à Operação Vampiro e informou que abrirá pelo menos cinco novos inquéritos, nos quais serão investigadas possíveis fraudes em licitações no Exército, na Infraero, na Petrobras, nos Correios e no INSS.
O documento indicia 18 lobistas, empresários e servidores do Ministério da Saúde por corrupção ativa e passiva, fraude em licitação e formação de quadrilha. A PF não diz quais seriam as fraudes nos outros órgãos federais.
Os indícios de irregularidades surgiram das escutas telefônicas de 17 pessoas. Outros elementos foram colhidos nos depoimentos dos lobistas, dos empresários e dos servidores presos no dia 19 de maio, quando deflagrada a Operação Vampiro, cujo foco inicial era investigar fraudes no Ministério da Saúde.
Parte dos órgãos que serão investigados está citada no depoimento do lobista Francisco Danúbio Honorato, um dos indiciados. Ele disse aos investigadores que fora contratado por Jaisler Jabour --também indiciado-- para divulgar, a órgãos públicos, "um projeto denominado Cesta Básica". Já teria feito contatos com o Senado, os Correios, a Saúde, a Infraero e a BR Distribuidora.
Os acusados foram enquadrados pela PF em pelo menos um dos quatro crimes apontados no relatório por causa de suposta participação em prática de fraude em quatro licitações realizadas pelo Ministério da Saúde.
Referem-se a compra de insulina (R$ 127 milhões), aquisição em caráter emergencial de medicamentos para vítimas de enchentes (R$ 5,1 milhões), duas licitações internacionais de hemoderivados (cerca de R$ 100 milhões) e uma negociação entre a Saúde e uma empresa chamada Tropical Trade no valor de R$ 130 mil.
Nesta semana, a PF iniciou os depoimentos de representantes de laboratórios. O primeiro a depor foi Sergio Norschang, da Novonordisk, fornecedora de insulina. Entre os indiciados, além de Jabour e Honorato, estão os lobistas e representantes de laboratórios Lourenço Peixoto, Laerte Corrêa Júnior, Eduardo Pedrosa, Marcelo Pitta e Lino Florentino (Novonordisk).
Há seis servidores e ex-servidores do ministério indiciados, entre os quais Luiz Cláudio Gomes da Silva, que ocupava o cargo de coordenador-geral de Recursos Logísticos, e Manoel Braga Neto, um de seus assessores.
A Justiça encaminhará o relatório da PF ao Ministério Público.
Na continuidade das apurações, a Polícia Federal ouvirá o secretário nacional de Finanças do PT, Delúbio Soares, citado no depoimento do lobista Honorato.
Exército
Diálogos interceptados pela PF com autorização da Justiça registram o relacionamento entre Romeu de Amorim, lobista preso na Operação Vampiro, com um coronel do Exército responsável por comissão de licitações da pasta.
Amorim teria pago R$ 6.000 ao oficial durante um processo de licitação para compra de tecidos pelo ministério no ano passado.
O lobista é dono de uma fábrica de tecidos e foi o vencedor da concorrência. Em depoimento, Amorim explicou que o dinheiro dizia respeito a uma dívida antiga.
Segundo investigadores, Amorim é amigo do coronel. A PF vai abrir novo inquérito para investigar o caso na próxima semana.
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