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23/06/2004
-
04h35
da Folha de S.Paulo, no Rio
"Apagou-se a tocha olímpica da política. Ele era o último líder popular do Brasil", disse a advogada Lúcia Silveira, 74, pouco antes de ver o caixão de Leonel Brizola e cair em prantos. A perna esquerda engessada não a impediu de deixar Araruama (RJ) pela manhã rumo ao Palácio Guanabara, onde se despediu do líder pedetista.
Exaltações como essa e muitas lágrimas marcaram o adeus dos brizolistas ao presidente do PDT. A assessoria do Palácio Guanabara calculou que cerca de 30 mil pessoas passaram por lá até as 20h para homenagear Brizola. Do lado de fora do palácio, as pessoas entravam na fila mesmo sabendo que poderiam levar duas horas para ver o corpo. Cantavam o Hino da Independência e gritavam slogans pró-Brizola e contra o PT.
Brizola já não era tão bom de voto no Rio quanto no passado. Em 2002, foi o sexto colocado entre os candidatos a senador. Mas ontem o brizolismo mostrou força. "Ela era uma pessoa maravilhosa, que morreu sem ver o povo ter uma vida digna, como era seu sonho", disse a pensionista Cláudia Franco, 46, chorando.
Pessoas gritando palavras de ordem como "Brizola vive" e chamando ex-aliados de traidores criavam um cenário de exaltação ao ex-governador. "Muita gente que está no poder hoje deve isso ao Brizola, que foi várias vezes traído", disse a estudante Joyce Steiner, 21, afilhada de Brizola.
Outro afilhado, Giulani Nolasco dos Reis, 34, conhecido como Brizolinha em Campos Elíseos (RJ), contou que recebe, por ordem do padrinho, uma ajuda de mensal do PDT em torno de R$ 400. Esse tipo de ajuda é um ingrediente da tradição trabalhista. Em seus dois mandatos como governador do Rio, Brizola estabeleceu marcas de apelo popular, como os Centros Integrados de Educação Pública, o Sambódromo e a permissão para que casas de alvenaria fossem erguidas nos morros.
"Morreu meu líder. Não há sucessor", disse o ator Tonico Pereira. "Eu admirava a coragem dele de enfrentar os norte-americanos. E o golpe militar de 1964 só aconteceu para que ele não chegasse a presidente", disse Reinaldo Azevedo de Souza, de Magé (RJ).
Arlete dos Santos Silva, 75, saiu de Comendador Levi Gasparian, na região serrana, para ver o corpo, apesar de andar com dificuldade: "Ele era tudo para mim". Dulce da Silva, 77, de Duque de Caxias, chegou ao Palácio Guanabara na madrugada, antes do corpo de Brizola: "Melhor político do que ele não havia".
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"Apagou-se a tocha olímpica da política. Ele era o último líder popular do Brasil", disse a advogada Lúcia Silveira, 74, pouco antes de ver o caixão de Leonel Brizola e cair em prantos. A perna esquerda engessada não a impediu de deixar Araruama (RJ) pela manhã rumo ao Palácio Guanabara, onde se despediu do líder pedetista.
Exaltações como essa e muitas lágrimas marcaram o adeus dos brizolistas ao presidente do PDT. A assessoria do Palácio Guanabara calculou que cerca de 30 mil pessoas passaram por lá até as 20h para homenagear Brizola. Do lado de fora do palácio, as pessoas entravam na fila mesmo sabendo que poderiam levar duas horas para ver o corpo. Cantavam o Hino da Independência e gritavam slogans pró-Brizola e contra o PT.
Brizola já não era tão bom de voto no Rio quanto no passado. Em 2002, foi o sexto colocado entre os candidatos a senador. Mas ontem o brizolismo mostrou força. "Ela era uma pessoa maravilhosa, que morreu sem ver o povo ter uma vida digna, como era seu sonho", disse a pensionista Cláudia Franco, 46, chorando.
Pessoas gritando palavras de ordem como "Brizola vive" e chamando ex-aliados de traidores criavam um cenário de exaltação ao ex-governador. "Muita gente que está no poder hoje deve isso ao Brizola, que foi várias vezes traído", disse a estudante Joyce Steiner, 21, afilhada de Brizola.
Outro afilhado, Giulani Nolasco dos Reis, 34, conhecido como Brizolinha em Campos Elíseos (RJ), contou que recebe, por ordem do padrinho, uma ajuda de mensal do PDT em torno de R$ 400. Esse tipo de ajuda é um ingrediente da tradição trabalhista. Em seus dois mandatos como governador do Rio, Brizola estabeleceu marcas de apelo popular, como os Centros Integrados de Educação Pública, o Sambódromo e a permissão para que casas de alvenaria fossem erguidas nos morros.
"Morreu meu líder. Não há sucessor", disse o ator Tonico Pereira. "Eu admirava a coragem dele de enfrentar os norte-americanos. E o golpe militar de 1964 só aconteceu para que ele não chegasse a presidente", disse Reinaldo Azevedo de Souza, de Magé (RJ).
Arlete dos Santos Silva, 75, saiu de Comendador Levi Gasparian, na região serrana, para ver o corpo, apesar de andar com dificuldade: "Ele era tudo para mim". Dulce da Silva, 77, de Duque de Caxias, chegou ao Palácio Guanabara na madrugada, antes do corpo de Brizola: "Melhor político do que ele não havia".
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