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23/06/2004 - 20h17

''Berço do trabalhismo'' enterra Brizola e terá estátua para Getúlio

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LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em São Borja (RS)

No cemitério Jardim da Paz, em São Borja (a 583 km de Porto Alegre, onde o ex-governador Leonel Brizola será enterrado nesta quinta-feira, já estão os corpos dos presidentes Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954) e João Goulart (1961-1964), da mulher de Brizola, Neusa Brizola, e até do segurança de Getúlio Gregório Fortunato.

Com o enterro de Brizola, São Borja terá dois eventos num intervalo exato de dois meses que reforçarão sua alcunha de "berço do trabalhismo".

No próximo dia 24 de agosto, completam-se 50 anos do suicídio de Vargas, e, sob patrocínio da Souza Cruz (outras empresas privadas ainda podem aderir, e os valores não foram estabelecidos), seu corpo ganhará um mausoléu com estátua na Praça 15 de Novembro, no centro da cidade.
Para o evento de hoje, haverá um cortejo de oito quadras a pé da igreja onde Brizola será velado a partir das 10h até o enterro, às 16h.

O enterro já provocou a lotação dos oito hotéis da cidade e a mobilização de 70 policiais militares, com reforço de São Luiz Gonzaga.

São esperadas milhares de pessoas, em um movimento semelhante ao ocorrido em 1979, ano da anistia, quando Brizola chegou do seu exílio de 15 anos e fez questão de visitar a terra do trabalhismo. Em 1993, ele voltou à cidade para o enterro de sua mulher, Neusa Brizola (irmã de João Goulart). Na ocasião, disse estar vivendo o momento mais triste de sua vida.

"Dará tudo certo. Independentemente de ideologias, não há quem deixe de reconhecer a importância política e histórica do governador Brizola, e São Borja é unânime no orgulho de recebê-lo'', afirmou o prefeito Juca Alvarez, do PP, um partido não-trabalhista.

O projeto do mausoléu para Vargas é assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, que já apresentou a maquete para o começo das obras e conclusão até agosto.

A iniciativa é do presidente da Assembléia Legislativa gaúcha, o pedetista Carlos Eduardo Vieira da Cunha.

Além de uma dupla de arquitetos da Assembléia que analisa os custos do projeto para repassá-los aos patrocinadores, o Legislativo gaúcho não dá nenhum aporte, nem logístico nem financeiro, para a iniciativa.
Além da homenagem em si, a justificativa de Vieira para o projeto se sustenta em questões de segurança: no dia 21 de março de 1991, comprovou-se que o túmulo de Getúlio foi violado. Informações a respeito surgiram a partir de suspeitas ocorridas em 1977, ano em que teria ocorrido a violação.

Na ocasião, Maneco Vargas, filho de Getúlio, recusou-se a um exame dos restos mortais encontrados acondicionados em dois sacos plásticos dentro do túmulo. "Este é o crânio de Getúlio, e os dentes de ouro não me deixam mentir", disse na época Maneco, que já morreu, ao ser chamado para identificar o pai.

Getúlio Vargas nasceu em São Borja, no dia 19 de abril de 1882. O município, a 583 km de Porto Alegre, tem uma população de 64.820 pessoas.

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