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28/06/2004 - 08h59

Lula lança Plano Safra; sem-terra reclamam

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EDUARDO SCOLESE
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Em solenidade na qual anunciará uma verba recorde para o próximo Plano Safra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá de encarar hoje a cobrança de líderes sem-terra por causa do ritmo da reforma agrária, uma das principais bandeiras petistas.

No evento, no Palácio do Planalto, o presidente Lula anunciará que entre julho de 2004 e junho de 2005 os agricultores familiares de todo o país e assentados terão R$ 7 bilhões para sacar em créditos rurais. O valor supera em 30% os R$ 5,4 bilhões do Plano Safra 2003-2004, que termina no final deste mês.

Por outro lado, ouvirá tanto da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) como do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que é necessário colocar em prática suas promessas de campanha para a reforma agrária.

No ano passado, Lula prometeu assentar 60 mil famílias, mas só 36 mil foram beneficiadas. Neste ano, a meta é de 115 mil famílias. Entre janeiro e o último dia 16, segundo o governo, 17,7 mil haviam sido assentadas. Cerca de 200 mil famílias estão acampadas pelo país à espera de um lote de terra.

"Trata-se de um processo em construção. O nosso pedido era de R$ 13 bilhões, mas esse valor [de R$ 7 bi] já representa um avanço. Mas vamos colocar ao presidente a nossa preocupação com o ritmo da reforma agrária e a inoperância do Incra nos Estados", disse Manoel José dos Santos, presidente da Contag.

Para João Paulo Rodrigues, da coordenação do MST, "o momento é de mais uma vez demonstrar a preocupação dos trabalhadores rurais com o cumprimento das metas de assentamento". "É preciso avançar nas desapropriações, assim como houve um avanço, que é para ser comemorado, no Plano Safra."

Para o governo, apesar do ritmo atual da reforma agrária, a meta de assentamentos será atingida.

Plano Safra

Os R$ 7 bilhões não são novidade. No final de maio, o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) já havia anunciado o valor, para atender cerca de 1,8 milhão de famílias.

O objetivo do governo é diminuir a burocracia para que toda a verba disponível possa chegar aos agricultores. Dos R$ 5,4 bi do último plano, 17% (R$ 900 mil) ficaram retidos nas agências bancárias. Em 2002, as liberações ficaram pouco acima dos R$ 2 bilhões.

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