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07/07/2004 - 22h58

PF fecha oito garimpos em Juína (MT)

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HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande

A Polícia Federal fechou oito garimpos ilegais de diamante em Juína (737 km a noroeste de Cuiabá), no Estado de Mato Grosso. Em um dos garimpos, a extração da pedra, segundo a PF, alcançava mil quilates por mês, que valem de US$ 10 milhões a US$ 25 milhões, dependendo do aspecto da pedra.

Quanto mais limpo e inteiro for o diamante, ou se tiver uma cor rara (azul ou vermelho), maior será o preço, diz o geólogo Jair de Freitas, do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) em Cuiabá, que participou da operação da PF.

Vinte e seis pessoas, entre garimpeiros, proprietários de terras, onde ocorriam a mineração, e donos de dragas (máquinas usadas na extração de diamantes) foram indiciadas.

Elas podem pegar de um a cinco anos de prisão, por explorar minério sem autorização da União, e de seis meses a um ano por crime ambiental.
Segundo a PF, os oito garimpos não tinham autorização do DNPM para funcionar e nem licença do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).

Operação

Policiais federais, geólogos do DNPM e fiscais do Ibama começaram a operação em Juína no dia 22 passado e terminaram o trabalho na última segunda-feira, mas só ontem o delegado Rodrigo Bittencourt terminava de ouvir os 26 indiciados.

Ocorreram 16 prisões de garimpeiros e de donos de dragas. Eles foram soltos após pagarem fiança de R$ 80 a R$ 300. "A operação repercutiu na cidade. Tanto que políticos pagaram as fianças", afirmou Bittencourt sem dar nomes.

Não houve apreensão de diamantes. Segundo o delegado, após o fechamento dos primeiros garimpos, os demais pararam de funcionar, incluindo o que tem capacidade para produzir mil quilates por mês.

As pedras, segundo o delegado, são vendidas na praça da cidade de cerca de 40 mil habitantes, mas o comércio atualmente é menor em relação à década passada.

Reserva

Em Juína está localizada uma parte da reserva indígena dos cinta-larga. A maior parte da terra fica, porém, em Rondônia.

Em abril deste ano, 29 garimpeiros de diamantes invadiram a área e foram mortos por índios guerreiros em Espigão D'Oeste (RO). Os índios mantêm um garimpo na terra indígena. Após o conflito, prometeram parar a mineração.

A Funai (Fundação Nacional do Índio) estimou em 2002 que o garimpo dos índios movimentava US$ 50 milhões por mês. Os diamantes eram contrabandeados para fora do país e passavam, em grande parte, por Juína.

Em novembro de 2003, a PF prendeu no aeroporto de Várzea Grande (10 km de Cuiabá) um casal com 400 gramas de diamantes, avaliadas em R$ 3 milhões. Os dois vinham de Juína e iriam para Guarulhos (SP).

A operação da PF, realizada em Juína, não ocorreu dentro da área indígena. Os garimpeiros podem atuar normalmente fora da reserva dos índios, mas precisam de uma autorização do DNPM.

Especial
  • Veja o que já foi publicado sobre o garimpo em Juína

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