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15/07/2004
-
18h24
da Folha Online
A Polícia Federal divulgou nesta quinta-feira uma nota na qual afirma que nas investigações do caso "Toninho da Barcelona" há envolvimento de "várias autoridades públicas federais", inclusive integrantes do Executivo e do Judiciário.
Uma dessas pessoas seria o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Francisco Baltazar da Silva, cujo nome teria sido encontrado em uma lista de beneficiários de uma quadrilha de lavagem de dinheiro, supostamente comandada pelo doleiro Antônio de Oliveira Claramunt --o Toninho da Barcelona.
Claramunt é apontado pela Polícia como o maior doleiro do país. Segundo a CPI do Banestado, que investiga crimes de evasão de divisas, Toninho movimentou US$ 500 milhões entre 1996 e 2002.
Para os integrantes da CPI, o doleiro pode ter sido um dos caminhos para a remessa de dinheiro ao exterior pela suposta quadrilha investigada pela Operação Anaconda, que segundo a Polícia Federal, negociava decisões judiciais. No ano passado, a Operação Anaconda revelou que Toninho tem ligação com o juiz federal João Carlos da Rocha Mattos. Ele é dono da empresa Barcelona Turismo.
Nas escutas telefônicas produzidas pela operação, o agente da PF César Herman Rodriguez liga para a mulher de Rocha Mattos, Norma Cunha, pedindo que ela marcasse um encontro com o doleiro.
A assessoria da PF de São Paulo disse estar "proibida" de comentar o caso. A informação de que Baltazar estaria sendo investigado pela PF foi publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" desta quinta-feira.
Veja a íntegra da nota:
"1. Desde o surgimento do caso "Toninho da Barcelona", a PF tem atendido às demandas do Ministério Público Federal (MPF) e da Justiça Federal (JF). Em suas diligências, deparou-se com indícios de envolvimento de várias autoridades públicas federais cujos nomes devem ser preservados por tratar-se de investigação sob segredo de justiça. Ao longo da investigação, que não se concentra em um nome, foi elaborado o laudo 1292/2004 INC/DITEC/DPF, o qual constatou a existência de um sistema de gerenciamento de operações de câmbio no servidor da empresa Barcelona Tur. Na referida base de dados foram encontrados diversos nomes de servidores públicos federais, inclusive autoridades integrantes do Executivo e Judiciário.
2. O MPF protocolou, na 6a Vara Criminal da 1a Subseção da JF, em São Paulo, denúncia de autoria do Procurador da República, Sílvio Luís Martins de Oliveira, em 18 de março de 2003, onde levantou-se atividade criminosa ligada à remessa ilegal de valores ao exterior, cujos desdobramentos permitirão apurar o possível envolvimento de outros servidores da Polícia Federal."
Especial
Veja o que já foi publicado sobre o doleiro Toninho da Barcelona
PF diz investigar "autoridades públicas federais" no caso Toninho da Barcelona
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A Polícia Federal divulgou nesta quinta-feira uma nota na qual afirma que nas investigações do caso "Toninho da Barcelona" há envolvimento de "várias autoridades públicas federais", inclusive integrantes do Executivo e do Judiciário.
Uma dessas pessoas seria o superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Francisco Baltazar da Silva, cujo nome teria sido encontrado em uma lista de beneficiários de uma quadrilha de lavagem de dinheiro, supostamente comandada pelo doleiro Antônio de Oliveira Claramunt --o Toninho da Barcelona.
Claramunt é apontado pela Polícia como o maior doleiro do país. Segundo a CPI do Banestado, que investiga crimes de evasão de divisas, Toninho movimentou US$ 500 milhões entre 1996 e 2002.
Para os integrantes da CPI, o doleiro pode ter sido um dos caminhos para a remessa de dinheiro ao exterior pela suposta quadrilha investigada pela Operação Anaconda, que segundo a Polícia Federal, negociava decisões judiciais. No ano passado, a Operação Anaconda revelou que Toninho tem ligação com o juiz federal João Carlos da Rocha Mattos. Ele é dono da empresa Barcelona Turismo.
Nas escutas telefônicas produzidas pela operação, o agente da PF César Herman Rodriguez liga para a mulher de Rocha Mattos, Norma Cunha, pedindo que ela marcasse um encontro com o doleiro.
A assessoria da PF de São Paulo disse estar "proibida" de comentar o caso. A informação de que Baltazar estaria sendo investigado pela PF foi publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" desta quinta-feira.
Veja a íntegra da nota:
"1. Desde o surgimento do caso "Toninho da Barcelona", a PF tem atendido às demandas do Ministério Público Federal (MPF) e da Justiça Federal (JF). Em suas diligências, deparou-se com indícios de envolvimento de várias autoridades públicas federais cujos nomes devem ser preservados por tratar-se de investigação sob segredo de justiça. Ao longo da investigação, que não se concentra em um nome, foi elaborado o laudo 1292/2004 INC/DITEC/DPF, o qual constatou a existência de um sistema de gerenciamento de operações de câmbio no servidor da empresa Barcelona Tur. Na referida base de dados foram encontrados diversos nomes de servidores públicos federais, inclusive autoridades integrantes do Executivo e Judiciário.
2. O MPF protocolou, na 6a Vara Criminal da 1a Subseção da JF, em São Paulo, denúncia de autoria do Procurador da República, Sílvio Luís Martins de Oliveira, em 18 de março de 2003, onde levantou-se atividade criminosa ligada à remessa ilegal de valores ao exterior, cujos desdobramentos permitirão apurar o possível envolvimento de outros servidores da Polícia Federal."
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