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15/07/2004 - 23h58

Eleições municipais unem partidos adversários em nível nacional

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SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

Encerrada a temporada de convenções partidárias em junho, começam a ganhar visibilidade coligações que seriam impensáveis na esfera política nacional. Partidos que estão em campos opostos em relação ao governo do presidente Luiz Inácio da Silva (PT) já sobem juntos em palanques municipais desde a semana passada, quando começou oficialmente a campanha eleitoral.

Em Codó, quarta maior cidade do Maranhão, por exemplo, PT e PSDB estão juntos na campanha do comerciante Zito Rolim (PV), candidato ligado à família Sarney. Outras cinco siglas fazem parte da aliança. O PFL chegou a oferecer a vaga de vice ao PT, mas o Diretório Estadual foi contra a aliança que "já estava quase certa", disse Washington Luiz de Oliveira, presidente do PT no Estado.

Para Zito Rolim, há espaço para os dois partidos em uma eventual administração sua. "Queremos administrar com seriedade e transparência. Quem se enquadrar nesta linha, vamos receber", disse Rolim.

Em Altamira do Maranhão (MA), município com cerca de 8.000 habitantes, o candidato do PT, Arnaldo Gomes, tem como vice um nome indicado pelo PFL, e a chapa é apoiada pelo PSDB. Em Santa Rita (MA), o PT apóia o candidato do PFL. Em Niterói (RJ), o PFL apóia o PT.

Após administrar o município de Medianeira (oeste do Paraná), a partir de 1997, a chapa PT-PFL disputa a eleição pela terceira vez. "Somos extremos na ideologia partidária, mas aqui [na prefeitura], combinamos muito bem", disse o atual vice-prefeito, Euclides Gasparini (PFL), que disputa uma vaga na Câmara Municipal. Segundo ele, apesar do histórico, a aliança teve resistência por parte das executivas estaduais dos dois partidos. Na convenção do PT no último dia 30, a proposta de indicar o vice na chapa pefelista recebeu 40 votos a favor e dez contra.

"Atualmente, no interior do país e também do Maranhão, os partidos são legendas. Não têm o perfil ideológico da cúpula lá em Brasília", disse o presidente do Diretório do PT no Maranhão. "Estamos nos pautando aqui no Estado, diante dessa falta de identidade ideológica, pelo critério programático e ético da coligação."

Pela cartilha pré-eleitoral feita pela direção nacional do PT, dois critérios deveriam balizar as coligações da siglas: a base de sustentação do governo Lula e a conduta ética e democrática dos candidatos. As alianças com partidos fora da base aliada deveriam ser referendada pelas instâncias partidárias superiores.

As pressões contrárias das executivas estaduais do PFL e do PT acabaram minando o apoio quase certo do PFL à candidatura à reeleição de José Stedile (PT), prefeito de Cachoeirinha (RS) e irmão do líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile.
Em Porto Alegre, a coligação "A união que faz bem", entre PP e PV, deu margem a protestos da base. A chapa majoritária é integrada pelo deputado estadual e ex-governador do Rio Grande do Sul Jair Soares (PP) e por Edison Pereira de Souza (PV).

Militantes do PV, tradicional aliado do PT em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul, avisaram que darão apoio ao candidato do PT, o ex-prefeito Raul Pont, e afirmaram que a aliança foi feita pela cúpula. A direção do PV rejeitou os protestos e ameaçou os insatisfeitos de punição.

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