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18/07/2004
-
06h27
da enviada especial da Folha de S.Paulo ao sul do Pará
O empreiteiro de mão-de-obra rural Edmilson Dantas de Santana, 45, citado em processos de fiscalização do Ministério do Trabalho como maior "gato" do sul do Pará, disse à Folha que seu tempo de agenciador está acabando.
"Ficou muito arriscoso", afirmou, referindo-se ao aumento da fiscalização. Ele disse que chegou a ter 800 trabalhadores sob seu comando, em 1995 e 1996, e que agora seriam só 26.
Dantas foi apanhado duas vezes, em 2003, por manter trabalhadores em situação análoga à de escravos. Ele calcula um prejuízo de R$ 341 mil nas duas ocasiões e diz que cogita abandonar a profissão de "gato" e procurar emprego como gerente de fazenda.
A primeira autuação ocorreu em janeiro de 2003. Ele disse que estava com 250 homens trabalhando em três fazendas, no Pará, quando chegaram os fiscais do trabalho e a Polícia Federal. Ele estava armado e ficou algemado por cinco horas. Os direitos trabalhistas foram pagos pelos donos das fazendas, mas Dantas afirma que perdeu R$ 175 mil, porque ficou sem sua participação na remuneração dos trabalhadores.
Os fazendeiros passaram a exigir que o "gato" assinasse as carteiras de trabalho dos peões. Ele criou a Empreiteira Dantas e passou a registrar os trabalhadores, mas manteve outras irregularidades. Em agosto, sua empresa foi autuada por manter 92 trabalhadores em situação análoga à escrava.
Dantas diz que já gastou R$ 166 mil com rescisões e que teve de vender três carros e 90 cabeças de gado para quitar débitos. Nascido em Araguaçu (TO), o empreiteiro estudou até a 4ª série do primário e começou a aliciar trabalhadores aos 22 anos, no Tocantins.
Ele nega que tenha mantido peões como escravos, mas admite que descontava instrumentos de trabalho, roupas e alimentos dos salários.
Diz que mudou, mas que muitos "gatos" no Pará não fizeram isso.
Temeroso, empreiteiro diz que seu tempo já está no fim
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O empreiteiro de mão-de-obra rural Edmilson Dantas de Santana, 45, citado em processos de fiscalização do Ministério do Trabalho como maior "gato" do sul do Pará, disse à Folha que seu tempo de agenciador está acabando.
"Ficou muito arriscoso", afirmou, referindo-se ao aumento da fiscalização. Ele disse que chegou a ter 800 trabalhadores sob seu comando, em 1995 e 1996, e que agora seriam só 26.
Dantas foi apanhado duas vezes, em 2003, por manter trabalhadores em situação análoga à de escravos. Ele calcula um prejuízo de R$ 341 mil nas duas ocasiões e diz que cogita abandonar a profissão de "gato" e procurar emprego como gerente de fazenda.
A primeira autuação ocorreu em janeiro de 2003. Ele disse que estava com 250 homens trabalhando em três fazendas, no Pará, quando chegaram os fiscais do trabalho e a Polícia Federal. Ele estava armado e ficou algemado por cinco horas. Os direitos trabalhistas foram pagos pelos donos das fazendas, mas Dantas afirma que perdeu R$ 175 mil, porque ficou sem sua participação na remuneração dos trabalhadores.
Os fazendeiros passaram a exigir que o "gato" assinasse as carteiras de trabalho dos peões. Ele criou a Empreiteira Dantas e passou a registrar os trabalhadores, mas manteve outras irregularidades. Em agosto, sua empresa foi autuada por manter 92 trabalhadores em situação análoga à escrava.
Dantas diz que já gastou R$ 166 mil com rescisões e que teve de vender três carros e 90 cabeças de gado para quitar débitos. Nascido em Araguaçu (TO), o empreiteiro estudou até a 4ª série do primário e começou a aliciar trabalhadores aos 22 anos, no Tocantins.
Ele nega que tenha mantido peões como escravos, mas admite que descontava instrumentos de trabalho, roupas e alimentos dos salários.
Diz que mudou, mas que muitos "gatos" no Pará não fizeram isso.
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