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27/07/2004 - 20h36

Coligação pede inelegibilidade de petista por uso da máquina em PE

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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

A coligação "Oposições do Recife" (PTB-PDT-PL), que apóia o candidato a prefeito do PTB, Joaquim Francisco, pediu à Justiça Eleitoral de Pernambuco nesta terça-feira a decretação da inelegibilidade do prefeito e candidato à reeleição, João Paulo (PT), por suposto uso da máquina pública na campanha eleitoral.

João Paulo participou na noite de ontem de um encontro com cerca de 1.500 servidores da prefeitura, em um clube da cidade. Alguns participantes, entretanto, denunciaram aos jornais locais terem sido convidados para o evento por seus chefes, por meio de telefonemas internos, durante o horário de trabalho.

O uso de equipamentos e materiais pagos pelo poder público em campanhas eleitorais é proibido pela legislação eleitoral. O prefeito disse que não existe prova da suposta irregularidade.

O encontro com os servidores lotou a quadra do clube, que estava decorada com faixas coloridas com o rosto do prefeito estampado. Os funcionários públicos foram convidados a se engajar na campanha. Além de João Paulo, também participou do evento o vice-prefeito e candidato à reeleição, Luciano Siqueira (PC do B).

"Facultativo"

O diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Recife Clínio Oliveira disse que considera "natural" que os convites sejam feitos "de qualquer forma", desde que não haja coação ou pressão. "O convite é facultativo."

Para o sindicalista, por trás da denúncia "existem especulação e infiltração de pessoas interessadas em dificultar a visibilidade do trabalho feito pela atual gestão municipal". Além disso, declarou, "os telefonemas podem ter vindo de fora".

Os principais candidatos de oposição aproveitaram a denúncia para atacar. Além do pedido de inelegibilidade feito pela coligação que apóia o petebista Joaquim Francisco, o candidato do PMDB, Carlos Eduardo Cadoca, disse que o PT "perdeu totalmente a compostura".

"Nós já havíamos alertado que isso poderia acontecer a partir do momento em que João Paulo mistura as agendas e não separa a atividade de prefeito das atividades de candidato", afirmou.

"A primeira providência que fizemos quando definimos nossa equipe foi exonerar as pessoas que eram do governo e vieram trabalhar com a gente. O PT não teve esse cuidado", declarou.

Cadoca é deputado federal e foi secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes. Sua candidatura é apoiada pelo governador Jarbas Vasconcelos (PMDB).

Outro lado

O prefeito de Recife e candidato à reeleição, João Paulo (PT), se defendeu das acusações de uso da máquina pública na sua campanha eleitoral afirmando, por meio de sua assessoria, que "não é possível monitorar todos os servidores".

João Paulo disse que não existe comprovação do uso de "telefones celulares" na convocação de funcionários para o encontro com o prefeito, insinuando que os convites poderiam ter sido feitos a partir de aparelhos móveis particulares, o que descaracterizaria o uso do patrimônio público em favor da sua candidatura.

O prefeito-candidato afirmou ainda que, por não ser possível monitorar todos os servidores, criou a Ouvidoria Eleitoral 2004, com o objetivo de "evitar o uso indevido da máquina e disciplinar a participação dos agentes públicos na campanha eleitoral".

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