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14/09/2000 - 12h19

Candidatas à Câmara fazem "cibercampanha" em São Paulo

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LEONARDO FUHRMANN
da Folha Online

As salas de bate-papo fazem parte de uma das estratégias usadas por candidatos a vereador para conseguir uma vaga na Câmara Municipal de São Paulo.

A jornalista Roseli Tardelli, candidata pelo PSB, conta com dois colaboradores que usam dois computadores para acessar as salas de bate-papo das mais variadas idades e temas.

"Não tenho um comitê propriamente dito, porque eles só servem para as pessoas irem negociar favores e empregos", diz a jornalista. Ela optou pelo "comitê virtual", que funciona em um dos quartos de seu apartamento, em Perdizes, zona oeste da cidade.

Ao entrar nas salas de bate-papo, a candidata está sujeita a receber propostas, ler pedidos, discussões e muitas ofensas. "Temos que estar preparados para tudo, tem gente que nos xinga ou pergunta se queremos sexo. Se tiver alguém que queira discutir os problemas da cidade, eu aproveito. Caso contrário, deixo o endereço do meu site e saio."

Segundo ela, a participação dos eleitores pela Internet é muito heterogênea. "Já cheguei a receber 30 mensagens num dia e a passar quase uma semana sem receber nenhuma", diz Roseli.

Além das salas de bate-papo, a candidata tem usado os grupos específicos da Internet para discutir as suas propostas para a cidade. "Como palmeirense, já entrei até nos temas da página da torcida Mancha Verde."

Não é a primeira vez que a jornalista sai candidata. Ela tentou uma vaga para a Câmara dos Deputados em 1998, pelo PV. "Faltava lá uma liderança. Vim para o PSB a convite da Luiza Erundina, de quem sou amiga, pela liderança dela e pela ideologia partidária." Ela conta que rejeitou convites do PFL e do PSDB.

Roseli pretende gastar ao todo cerca de R$ 25 mil com a campanha. Fora do mundo virtual, ela investe na distribuição de camisinhas, nas camisinhas gigantes em cruzamentos importantes da cidade_ a candidata é conhecida pela luta contra a Aids e pela regulamentação dos planos de saúde_ e em "comícios ambulantes". "Eu comprei um megafone e vou para as ruas pedir votos para mim e para a Erundina."

Ex-deputada

Outra candidata que pretende usar as salas de bate-papo para fazer sua campanha é a ex-deputada estadual Célia Artacho. "A noite, quando chego em casa, fico debatendo pelos chats", conta. Ela , no entanto, não possui uma home page.

A candidata que foi modelo nos anos 70 e atuou em filmes de David Cardoso_ conhecido como o "rei das pornochanchadas"_ tenta a eleição desta vez pelo PRTB, de Fernando Collor de Mello.

Ela ficou famosa no cenário político paulista por ter se elegido deputada estadual em 1994 com cerca de 1.200 votos. Célia era candidata pelo Prona e acabou conseguindo a vaga na Assembléia Legislativa por causa do alto número de votos na legenda que o partido de Enéas teve naquela eleição e por ter sido a pessoa individualmente mais votada do partido.

Depois de eleita, ela brigou com o partido em 95, ficando boa parte do mandato sem partido. No ano de 1998, ela tentou a reeleição pelo PTB, mas não conseguiu. "Tive aproximadamente 3.000 votos e eram necessários 39 mil para eleger um deputado petebista."

A ex-deputada usa em sua campanha o seu trabalho nas comissões sobre hospitais psiquiátricos e meio ambiente, que presidiu. Além disso, promete lutar pela regulamentação dos perueiros.

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