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30/09/2009 - 09h01

Indicado para vaga no STF, Toffoli será sabatinado hoje pela CCJ do Senado

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da Folha Online

Os senadores da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado sabatinam nesta quarta-feira o advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ocupar uma vaga de ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).

Na semana passada, os senadores cumpriram o acordo fechado pelos líderes partidários e concederam vista ao relatório do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) sobre a escolha de Toffoli.

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O texto de Dornelles foi positivo à indicação de Toffoli à medida que não traz críticas ao advogado nem faz referência às polêmicas lançadas contra a indicação dele para o cargo.

O parecer de Dornelles --que tem seis páginas e expõe o currículo do advogado-geral-- não cita o fato dele ter sido advogado do presidente Lula na disputa eleitoral de 1998, 2002 e 2006 nem o fato de ter sido reprovado em dois concursos públicos. Toffoli acompanhou a leitura do relatório em uma sala próxima à CCJ.

Pelas regras do Senado, como a votação será secreta, o relatório não pode recomendar como os senadores devem votar, mas aponta que o advogado-geral preenche os requisitos para ocupar uma vaga na Suprema Corte.

Se for aprovado pela CCJ, o nome de Toffoli terá ainda que ser referendado pelo plenário do Senado com o apoio de pelo menos 41 senadores.

No relatório, o senador afirma que Toffoli entregou a relação de ações judiciais que figura como réu e a tramitação atualizada de cada uma, mas não faz nenhuma referência sobre o caso.

Na semana passada, a Justiça do Amapá suspendeu temporariamente uma sentença que condenou o ministro de devolver R$ 420 mil aos cofres do Estado. Toffoli é suspeito, juntamente com outras três pessoas, de ter ganhado licitação supostamente ilegal em 2001 para prestar serviços advocatícios ao governo estadual.

O vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), criticou o parecer de Dornelles. "Eu não posso aplaudir a indicação do presidente. Foi uma escolha atrapalhada. Não há como não considerar ser insuficiente sua trajetória jurídica se compararmos com outros nomes a disposição do presidente Lula. O relator se esforçou em elaborar parecer maximizando alguns pontos, mas não me parece que essas atividades sejam suficientes. Não há mestrado, não há livros escritos. Há a reprovação em dois concursos públicos. Não seria esse momento de valorizar o preparo, a busca pela informação. A escolha não valoriza, desestimula", disse.

O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), saiu em defesa de Toffoli. "Alguma vez, as ações de Toffoli à frente da AGU já foram questionadas? Não. Como pode alguém ter ganho tantas causas complexas, contar com o reconhecimento dos ministros do STF e não preencher os requisitos para ocupar uma vaga no Supremo? Ele tem ligação política sim, mas isso não é problema. Temos cheios de exemplos de pessoas que serviram o Estado e não trouxeram prejuízos. Essa militância de defesa do Estado tem um papel essencial no Supremo", afirmou.

Mercadante disse esperar que a CCJ não repetisse o desgaste provocado na indicação do atual presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, quando na época o PT teria disseminado notícias negativas contra o nome escolhido pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

"Faço um apelo para que não se repita aqui os questionamentos feitos ao ministro Gilmar Mendes que tem honrado a indicação ao Supremo. Não vamos partidarizar essa disputa. O ministro Toffoli tem todas as condições por ter tratado as questões do Estado com toda a competência", disse.

Polêmica

A indicação de Toffoli causou polêmica pela idade e pelas ligações políticas. O advogado-geral tem 41 anos e foi assessor da liderança do PT na Câmara e advogado do presidente Lula. Pesa ainda contra o advogado-geral a reprovação em dois concursos para a magistratura, um em 1994 e outro em 1995.

Na tentativa de diminuir as resistências e ganhar apoio, Toffoli resolveu visitar senadores do governo e da oposição. Ele saiu em defesa do seu currículo e minimizou a condenação da Justiça do Amapá. Toffoli também entregou aos senadores cópias de pareceres que defendeu no STF e foram mantidos pelos ministros.

Outro argumento utilizado foi de que à frente da AGU foi responsável por uma economia de pelo menos R$ 476 bilhões em processo judiciais que questionavam decisões do governo.

Comentários dos leitores
sérgio dourado (371) 02/02/2010 20h35
sérgio dourado (371) 02/02/2010 20h35
Mais uma vez se nota o papel do Estado brasileiro:onerar o povo com maiores impostos e prover os ricos com maiores salários..Ora,gosto de argumentar com fatos,e gostaria de saber em quanto o salário do povo em geral,em sua grande maioria,que é o salário mínimo,está defasado em relação ao que prega a Constituição e o que afirma o IPEA com seus dados alarmantes sobre a altíssima e "injusta" carga tributária brasileira:onde os ricos pagam menos impostos que os pobres.Agora estarão corretos os excelentíssimos ministros da Suprema Corte em exigiram uma correção do salário (em torno de 14%) maior que a própria inflação,enquanto o que prega a própria Constituição sobre a condição do salário mínimo servir à condições básicas que não dão nem pro começo de conversa?Onde está o sentimento de Justiça aí,onde o fosso entre ricos e pobres só aumenta?O roll que o Brasil pretende entrar,de país desenvolvido,está muito distante das atuais condições de mínima "equiparação salarial".Não defendo salários mais baixos para os ministros,mas salários mais justos para os mais pobres,e que pagam mais impostos sobre consumo básico do que os ricos em relação aos seus luxos e sua renda.Como ainda o "efeito cascata",é de se inimaginar o aumento do gasto do poder público com pagamento de pensão e penduricalhos para seus "altos" funcionários e outros que mamam nessa teta gorda..Pra que Lula?Precisamos é do povo gritar e se fazer escutar.Não com violência,ao contrário:com apelação às leis,queremos justiça... sem opinião
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Nivaldo Lacerda (113) 02/02/2010 17h26
Nivaldo Lacerda (113) 02/02/2010 17h26
Usando Martin Luther King
"Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais. Um pais que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça. "Meu Brasil, doce terra de liberdade, eu te canto.Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"E se o Brasil é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.E assim ouvirei o sino da liberdade em Brasilia e em todos os rincoes .E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia"
"Livre afinal, livre afinal.
SERA QUE ISSO VAI ACONTECER? SEM UMA GRANDE PARTICIPACAO DA POPULACAO? ACABANDO COM O DOMINIO DE CORONEIS E CARTEIS?
DA PRA PENSAR NISTO? NESTE MOMENTO E PURA UTOPIA.
sem opinião
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Rui Ruz Caputi Caputi (1958) 28/01/2010 14h22
Rui Ruz Caputi Caputi (1958) 28/01/2010 14h22
A CNJ dá um bom e didático exemplo para todos.
Quisera, todas as demais instituições publicas ou privadas seguissem seu padrão elevado.
2 opiniões
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