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11/08/2004
-
21h42
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha, em Nova União (RO)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou uma garrafa de aguardente, uma réstia de alho, contra o "mau-olhado", e usou um boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ao visitar um assentamento no município de Nova União, a 380 km de Porto Velho. O presente foi entregue por uma sem-terra.
Ao erguer a garrafa, logo que a recebeu, Lula foi aplaudido pelas cerca de 5.000 pessoas que lotavam o campo de futebol do assentamento Palmares, onde vivem 318 famílias. A maioria do público era formada por integrantes do MST e do PT.
A aguardente foi produzida no próprio assentamento, a partir de uma cana desenvolvida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), apelidada de "mulata pelada".
Lula não tomou a bebida no palanque, apenas experimentou garapa (caldo extraído da cana, não alcoólico) ao visitar um engenho do assentamento. "E eu acho que, se ela [a cana] dá uma garapa boa, certamente dará uma cachaça boa também, para que a gente possa esquentar do frio", discursou.
Essa foi a primeira aparição de Lula em que ele é visto com uma garrafa de bebida alcoólica, desde o episódio com o correspondente no Brasil do jornal norte-americano "The New York Times", Larry Rohter, em que foi publicado texto afirmando que havia uma preocupação no país com o hábito de o presidente gostar de beber. Na ocasião, o Planalto chegou a decidir pela expulsão do jornalista do país, mas, em seguida, com a má repercussão do caso, mudou de idéia.
No evento em Rondônia, foi anunciada a liberação de R$ 8,6 milhões para investimentos em infra-estrutura e assistência técnica nos assentamentos do Estado. O assentamento Palmares, escolhido para a visita de Lula, também receberá R$ 481 mil para a instalação de energia elétrica em todas as casas.
Entre os que acompanharam o presidente a Nova União estavam os ministros Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), Dilma Roussef (Minas e Energia) e Amir Lando (Previdência), além do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Edson Vidigal, único a usar terno sob o calor escaldante do local.
Lula atrasou mais de uma hora e, enquanto ele não chegava, crianças improvisavam com cartazes em que estava estampada uma antiga foto sua, em que também aparecia com o boné do MST, chapéus para se abrigar do sol. Duas duplas sertanejas se revezavam para animar a platéia.
Além de vestir o boné do MST e de autografar diversas bandeiras do movimento, que lhe eram entregues pelos seguranças no palanque, Lula afirmou que pretende começar a visitar muitos assentamentos. "A reforma agrária não é denominação de guerra, a reforma agrária é apenas a gente levantar a voz e dizer: 'Nós queremos paz. E paz significa justiça social, e justiça social significa reforma agrária", disse.
Especial
Arquivo: Veja o que já foi publicado sobre Lula e o MST
Lula ganha garrafa de aguardente e usa boné do MST em Rondônia
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da Agência Folha, em Nova União (RO)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou uma garrafa de aguardente, uma réstia de alho, contra o "mau-olhado", e usou um boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ao visitar um assentamento no município de Nova União, a 380 km de Porto Velho. O presente foi entregue por uma sem-terra.
Ao erguer a garrafa, logo que a recebeu, Lula foi aplaudido pelas cerca de 5.000 pessoas que lotavam o campo de futebol do assentamento Palmares, onde vivem 318 famílias. A maioria do público era formada por integrantes do MST e do PT.
A aguardente foi produzida no próprio assentamento, a partir de uma cana desenvolvida pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), apelidada de "mulata pelada".
Lula não tomou a bebida no palanque, apenas experimentou garapa (caldo extraído da cana, não alcoólico) ao visitar um engenho do assentamento. "E eu acho que, se ela [a cana] dá uma garapa boa, certamente dará uma cachaça boa também, para que a gente possa esquentar do frio", discursou.
Essa foi a primeira aparição de Lula em que ele é visto com uma garrafa de bebida alcoólica, desde o episódio com o correspondente no Brasil do jornal norte-americano "The New York Times", Larry Rohter, em que foi publicado texto afirmando que havia uma preocupação no país com o hábito de o presidente gostar de beber. Na ocasião, o Planalto chegou a decidir pela expulsão do jornalista do país, mas, em seguida, com a má repercussão do caso, mudou de idéia.
No evento em Rondônia, foi anunciada a liberação de R$ 8,6 milhões para investimentos em infra-estrutura e assistência técnica nos assentamentos do Estado. O assentamento Palmares, escolhido para a visita de Lula, também receberá R$ 481 mil para a instalação de energia elétrica em todas as casas.
Entre os que acompanharam o presidente a Nova União estavam os ministros Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), Dilma Roussef (Minas e Energia) e Amir Lando (Previdência), além do presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Edson Vidigal, único a usar terno sob o calor escaldante do local.
Lula atrasou mais de uma hora e, enquanto ele não chegava, crianças improvisavam com cartazes em que estava estampada uma antiga foto sua, em que também aparecia com o boné do MST, chapéus para se abrigar do sol. Duas duplas sertanejas se revezavam para animar a platéia.
Além de vestir o boné do MST e de autografar diversas bandeiras do movimento, que lhe eram entregues pelos seguranças no palanque, Lula afirmou que pretende começar a visitar muitos assentamentos. "A reforma agrária não é denominação de guerra, a reforma agrária é apenas a gente levantar a voz e dizer: 'Nós queremos paz. E paz significa justiça social, e justiça social significa reforma agrária", disse.
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