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13/08/2004 - 20h59

Maluf vê "desonestidade" em reportagem e nega ter conta

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RUBENS VALENTE
LILIAN CHRISTOFOLETTI

da Folha de S.Paulo

O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) afirmou hoje ser "desonestidade jornalística" a reportagem, publicada ontem pela Folha, que revela que o nome dele aparece como beneficiário de um depósito de US$ 406,5 mil no antigo MTB Bank (hoje absorvido pelo Hudson Bank), de Nova York.

Maluf, que é candidato à Prefeitura de São Paulo, afirmou não possuir contas no exterior e acusou a reportagem de prestar "serviço a um partido político", sem especificar qual. As afirmações do ex-prefeito foram feitas por meio de nota assinada pelo assessor Adilson Laranjeira.
Ontem, questionado pessoalmente sobre a movimentação financeira, Maluf limitou-se a repetir dez vezes que a "nota é auto-explicativa".

A Folha teve acesso à base de dados do banco MTB, que foi encaminhada pela Promotoria de Nova York à CPI do Banestado, que investiga evasão e lavagem de dinheiro.

O documento obtido pela reportagem revela que uma remessa de US$ 406.566,53 (R$ 1.007.877,00, segundo câmbio daquele dia), feita no dia 10 de janeiro de 2002, teve como beneficiário "Mr. Maluf Paolo Salim". Ao lado do nome do ex-prefeito, o banco nova-iorquino acrescentou o endereço residencial do candidato, indicando corretamente a rua, o número da casa, a cidade e o país.

Na nota, a assessoria afirmou que o candidato não teve oportunidade para apresentar uma defesa mais contundente e acusou a reportagem de "sonegar" os documentos enviados pelos EUA.

Anteontem, antes da publicação da reportagem, a Folha conversou com o advogado do ex-prefeito, Ricardo Tosto, e com Laranjeira. Por telefone, foi lida a íntegra do documento. Em nenhum momento advogado ou assessor pediram para ter acesso aos papéis.

No final da nota, Laranjeira acusou os repórteres de serem "cúmplices" na divulgação de uma prova "fraudulenta".

Hoje o ex-prefeito é investigado pelo Ministério Público Estadual, pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal por supostos desvio de verba pública, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Além das informações enviadas pelos EUA, a Suíça enviou ao Brasil cerca de 20 quilos de documentos bancários relacionados a contas atribuídas a Maluf e a seus familiares naquele país.

O Ministério da Justiça do Brasil enviou pedidos de colaboração internacional aos paraísos fiscais de Luxemburgo e da ilha de Jersey, onde os Maluf têm valores bloqueados.

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