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15/08/2004
-
09h24
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Folha de S.Paulo
Os cinco principais diretores da Fenaj (Federação Nacional de Jornalismo), que defende a criação do polêmico Conselho Federal de Jornalismo, são filiados ao Partido dos Trabalhadores.
Grosso modo, todos dizem que o fato de serem petistas não contaminou a proposta de criação do conselho, cuja função prevista é "orientar, disciplinar e fiscalizar" o exercício da profissão e a atividade de jornalismo.
Na semana passada, o projeto foi encaminhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional. E, apesar de a Fenaj assumir a autoria integral do texto, a questão entrou no centro do debate e recebeu críticas de jornalistas e de outras categorias que viram na proposta uma tentativa de o governo federal do PT controlar a imprensa.
São filiados ao PT o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade, o primeiro-vice-presidente, Fred Ghedini, o segundo-vice-presidente, Antônio Pereira Filho, o secretário-geral, Celso Augusto Schroder, e o primeiro-secretário, Aloísio Soares Lopes.
Com exceção do presidente do órgão, todos os demais foram ouvidos pela Folha. Andrade foi procurado pela reportagem na sede da Fenaj, em Brasília, na quarta, na quinta e na sexta-feira, e no telefone celular.
Os dirigentes filiados ouvidos pela reportagem manifestaram contrariedade aos serem questionados sobre filiações partidárias.
"É um desvirtuamento da discussão", disse Pereira Filho, que também é assessor de imprensa do Sindprev (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho) e presidente do sindicato dos Jornalistas de Alagoas.
Para Schroder, professor de jornalismo, a pergunta é uma "ilação perigosa". "Queremos defender o trabalho do jornalista, não partidos políticos", declarou.
Ghedini também criticou a pergunta. Além de vice-presidente da Fenaj, ele é o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Ghedini está licenciado há quase três anos de uma redação. "Não acredito que venha ao caso saber a filiação partidária de cada um de nós. Não tenho medo de divulgar que sou do PT, isso não me desabona, mesmo porque o PT não é um partido clandestino."
As duas únicas mulheres que compõem a diretoria da Fenaj, Maria José Braga e Carmem Lúcia Souza da Silva, disseram que nunca foram filiadas a partidos políticos --são as tesoureiras do órgão.
"Não sou filiada, mas não tenho nada contra os que são filiados", disse Maria José, repórter do "Jornal Popular" e dirigente do sindicato de Goiás. Carmem está licenciada de uma redação e dirige o sindicato do Pará.
Para alguns entrevistados, o conselho é vítima de críticas desproporcionais por parte de pessoas que desconhecem o projeto. Para outros, a proposta foi apresentada ao Congresso em um momento ruim, pois teria coincidido com uma fase conflituosa de relacionamento entre o governo do PT e a mídia.
Lopes, que é também presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas e assessor do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) mineiro, aponta para o desinteresse de empresas jornalísticas. "Algumas empresas não querem um conselho que irá fortalecer os jornalistas e, por isso, procuram desinformar a opinião pública", disse.
Contrários
São contrários à criação do conselho a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), a ANJ (Associação Nacional de Jornais), a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) e a seção paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Especial
Veja o que já foi publicado sobre o Conselho Federal de Jornalismo
Veja o que já foi publicado sobre a Fenaj
Cúpula da Fenaj é formada por petistas
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da Folha de S.Paulo
Os cinco principais diretores da Fenaj (Federação Nacional de Jornalismo), que defende a criação do polêmico Conselho Federal de Jornalismo, são filiados ao Partido dos Trabalhadores.
Grosso modo, todos dizem que o fato de serem petistas não contaminou a proposta de criação do conselho, cuja função prevista é "orientar, disciplinar e fiscalizar" o exercício da profissão e a atividade de jornalismo.
Na semana passada, o projeto foi encaminhado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional. E, apesar de a Fenaj assumir a autoria integral do texto, a questão entrou no centro do debate e recebeu críticas de jornalistas e de outras categorias que viram na proposta uma tentativa de o governo federal do PT controlar a imprensa.
São filiados ao PT o presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade, o primeiro-vice-presidente, Fred Ghedini, o segundo-vice-presidente, Antônio Pereira Filho, o secretário-geral, Celso Augusto Schroder, e o primeiro-secretário, Aloísio Soares Lopes.
Com exceção do presidente do órgão, todos os demais foram ouvidos pela Folha. Andrade foi procurado pela reportagem na sede da Fenaj, em Brasília, na quarta, na quinta e na sexta-feira, e no telefone celular.
Os dirigentes filiados ouvidos pela reportagem manifestaram contrariedade aos serem questionados sobre filiações partidárias.
"É um desvirtuamento da discussão", disse Pereira Filho, que também é assessor de imprensa do Sindprev (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social e Trabalho) e presidente do sindicato dos Jornalistas de Alagoas.
Para Schroder, professor de jornalismo, a pergunta é uma "ilação perigosa". "Queremos defender o trabalho do jornalista, não partidos políticos", declarou.
Ghedini também criticou a pergunta. Além de vice-presidente da Fenaj, ele é o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Ghedini está licenciado há quase três anos de uma redação. "Não acredito que venha ao caso saber a filiação partidária de cada um de nós. Não tenho medo de divulgar que sou do PT, isso não me desabona, mesmo porque o PT não é um partido clandestino."
As duas únicas mulheres que compõem a diretoria da Fenaj, Maria José Braga e Carmem Lúcia Souza da Silva, disseram que nunca foram filiadas a partidos políticos --são as tesoureiras do órgão.
"Não sou filiada, mas não tenho nada contra os que são filiados", disse Maria José, repórter do "Jornal Popular" e dirigente do sindicato de Goiás. Carmem está licenciada de uma redação e dirige o sindicato do Pará.
Para alguns entrevistados, o conselho é vítima de críticas desproporcionais por parte de pessoas que desconhecem o projeto. Para outros, a proposta foi apresentada ao Congresso em um momento ruim, pois teria coincidido com uma fase conflituosa de relacionamento entre o governo do PT e a mídia.
Lopes, que é também presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas e assessor do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) mineiro, aponta para o desinteresse de empresas jornalísticas. "Algumas empresas não querem um conselho que irá fortalecer os jornalistas e, por isso, procuram desinformar a opinião pública", disse.
Contrários
São contrários à criação do conselho a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), a ANJ (Associação Nacional de Jornais), a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) e a seção paulista da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
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